segunda-feira, novembro 14, 2022

ALÉM DO HORIZONTE

Não se pode ver para além do horizonte 

Não sabemos quanta estrada há pela frente

Quanto caminho há para andar

Se faremos a viagem juntos ou sózinhos

Quantos ficaram para trás ou desistiram

Não sabemos quantos resistem nos seus sonhos

 Nem quntos são felizes ou infelizes

Quantos vivem enredados em teias de tristeza

Quantos acariciam o sol de cada manhã

E se deitam com a certeza de dias bem vividos

Não se pode ver o que ainda não aconteceu

Mas pode-se viver como se já tivesse acontecido

Resistindo com alegria, como se o dia fosse o último

Suavizando a descida ingreme das ladeiras

Buscar forças para as montanhas perfiladas adiante

Sorrindo ao vento agreste que às vezes nos fustiga

Ajuda pensar em todos os que gostam de nós

E naqueles que moram no lado esquerdo do peito

Fazer coragem para todos os que decidiram

Ir até ao fim da viagem, juntos connosco

Porque o que verdadeiramente importa não é a chegada

É a alegria transbordante das maravilhas e milagres

Desta imponderável e longa viagem

NA ÁRVORE DO ENFORCADO

Uma parte de mim é multidão

Ás vezes sinto-me completo

Outras, sou apenas uma cama por fazer

Essa parte de mim é solidão

E quando tudo parece desmoronar

Tu encontras-me à meia noite

Junto à árvore do enforcado

Quando chove nas ruas vazias da cidade

Não preciso de tijelas nas mãos

Não há dignidade em implorar

Preciso de sementes na terra

sexta-feira, outubro 21, 2022

COMBATER INCENDIOS



Não tenho nada a dizer sobre as posições que os países tomam. Na verdade, se é o meu país tenho sempre algo a dizer, mas no caso presente abstenho-me.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros português, tem vindo "corajosamente" a dizer que não estão preocupados em satisfazer a Rússia. Como diz o tio Celito, somos todos ucranianos, ou quase todos.

E vai daí, oferece seis helicopteros Kamov para combate a incêndios à Ucrania. A primeira pergunta que ainda não vi feita, é para saber porque é que estavam todos avariados (um desde 2012, outro desde 2015 e os restantes desde 2018), e agora vem-se justificar isso com a falta de peças devido à guerra da Ucrania: "aquilo que estava previsto era a recuperação dos Kamov, mas com a eclosão da guerra e com as sanções deixou de ser possível, porque boa parte vem da Rússia".

Isto é aldrabice em cima de aldrabice, porque esse aspirante a MNE sabe perfeitamente que há peças na Europa para esses aparelhos, é só procurar. E teve no mínimo quatro anos para comprar peças à Rússia.

Mas a nossa astuta Ministra da Defesa, não fica melhor na fotografia: vamos disponibilizar à Ucrania a nossa frota de helicopteros Kamov, que em virtude do cenário actual, das sanções impostas à Rússia, deixamos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer podemos repará-los.

Fantástico digo eu. Não me sinto aldrabado nem gozado, apenas porque não é gente imbecil, que o vai conseguir fazer. Mas, já estou a ver que tudo o mais que foi comprado à Rússia nos últimos cinco anos, seja trigo, bens essenciais, etc, vai tudo para a Ucrania.

O passo seguinte, vai ser daqui a algum tempo a compra de novos helicopteros porque os incêndios estão a chegar. E se calhar a um preço inflacionado como aconteceu com os aviões da TAP.

É verdadeiramente penoso e sem vislumbre de futuro, perceber as mediocridades que nos governam, como é verdadeiramente penoso perceber que as alternativas são também medíocres. 

 

quarta-feira, agosto 31, 2022

COLONIALISMO CAVIAR



A atitude de uma grande franja de portugueses, em relação a Angola, pode ser denominada de colonialismo caviar. Forma mais moderna, veiculada predominantemente através das redes sociais, paternalista, insidiosa.

A nossa democracia centenária, com base em alicerces sólidos, pode ajudar a crescer de forma harmoniosa os outros países, dizem. É um mundo idílico, que só quem é atrasado não vê o caminho.

Não existe corrupção, nem racismo, nem dificuldades económicas por má gestão. Os Serviços Nacionais de Saúde são eficazes e não apresentam problemas. Não há partidos de extrema direita. As opções de política externa são fantásticas. O ensino é maravilhoso. O povo vive feliz, só não vê quem não quer. A comunicação social é totalmente isenta e obriga sempre ao contraditório. "Fake news" nem pensar.

Façam como dizemos, que terão um futuro melhor.

Está registado. ouvimos e pasme-se, vamos seguir o nosso caminho, e pensar pelas nossas cabeças.

quarta-feira, agosto 10, 2022

PAULINA CHIZIANE

 



"Uma boa parte daqueles que se julgam os mais conhecedores, os mais sábios, sempre me olharam assim com aquele arzinho de doutor, eles no pedestal e eu sempre no chão - sempre gostei de pôr os pés no chão - e foi uma surpresa, um choque para alguns deles, mas ainda bem que foi assim, porque na verdade eu escrevo em português"

"Agora, em todas as caminhadas, nós encontramos aqueles durões que acham que são os donos da língua portuguesa e são os donos da sabedoria".

Paulina explica que, embora tenha estudado o português, que é a sua segunda língua, pertence a uma cultura bantu. "É lógico que a estrutura da língua portuguesa que eu falo vai ser uma mistura de duas culturas. E eu sempre defendi isto e muitas vezes os puristas da língua, moçambicanos, negros, académicos e alguns achavam que uma boa língua portuguesa tem que ser falada, mesmo à portuguesa".

"África sempre viveu em pandemia, desde os tempos da penetração colonial".

"Se não foi a pandemia das guerras e dos terrores, dos horrores, foram as doenças. Nós, africanos, estivemos sempre num círculo de inferno. É por isso que esta pandemia a mim não me assustou".

quarta-feira, julho 06, 2022

VAMOS FALANDO

Vamos falando

Das coisas vulgares da vida

De tudo e de nada

Do primeiro café da manhã

Do passado e do futuro

Dos presentes e ausentes

Do pão nosso de cada dia

De mim, de ti, de nós

Do cheiro da terra e das cigarras

Do chão que pisamos

Das nuvens vagabundas

De amigos e conhecidos

Das sementes que plantamos

Da família sempre presente

Do cacimbo e do calor

Da alegria de um raio de sol na face

Da solidão de não estarmos juntos

Das ruas vazias na cidade adormecida

Da música intemporal dos Beatles

Da paixão pelo futebol

Da minha, da tua, da nossa terra

Dos animais vagueando em liberdade

De como por vezes nada acontece

De como não consigo escrever com palavras

Os nomes de quem amo

Vamos falando

Enquanto durar o tempo

 Enquanto as noites forem longas

Enquanto tivermos voz

segunda-feira, julho 04, 2022

CONFERÊNCIA DOS OCEANOS



Foi mais do mesmo. Tirando o facto de haver seres humanos bem intencionados, que sempre haverá, insuficientes para mudar o rumo das coisas, o que ressaltou foi a evidência de que os governos abriram as portas à mineração do fundo do mar.

Se tudo o que está para trás não chegasse, esta decisão mostra a ganancia e o desprezo que os nossos governantes têm pelos cidadãos. Viva a democracia, que nos permite de vez em quando votar nessa gentinha.

O ambiente deixou de me preocupar como tema central da minha vida. Apenas tenho pena das futuras gerações. O planeta tem voz própria, fará o seu percurso e não há governante que se oponha ou sobreviva. E já agora ponham o secretário de estado do Mar português num submarino, e mandem-no minerar.

A espécie humana, tem defeitos insanáveis no seu genoma. Pode ser que depois do cataclismo surja alguma espécie diferente, em condições de poder viver em equilibrio. 

O MEU AMIGO MANEL

A morte é um acontecimento normal, que sucederá a todos nós, e por si só não é triste apenas inevitável.

Dolorosa é a ausência definitiva. Doloroso é nunca mais poder falar ou estar. Dolorosa é a saudade.

O meu amigo destacou-se do bando e voou para o azul infinito.

sexta-feira, junho 17, 2022

ESTÁ DITO

O ministro das Finanças afirmou hoje que a pressão no Serviço Nacional de Saúde (SNS) “não decorre de nenhum condicionamento financeiro”, mas antes da falta de pessoal, adiantando que “seria mais fácil de resolver” se fosse esse o constrangimento.

De acordo com Fernando Medina, “o que está hoje colocado não é um problema financeiro”, mas antes “um problema nesta área específica de escassez de médicos a trabalhar na área pública [obstetrícia e ginecologia], num momento especial de conjuntura, de fins de semana, de dificuldade em organizar esses serviços, mas com uma dimensão mais estrutural, que tem a ver com a carência de efetivos”. 


La Palisse deve ser o morto mais incomodado pelos vivos. Neste caso por um ministro. Afinal era tudo fácil. Não é um problema de dinheiro. Portanto os ordenados miseráveis que nos andaram a pagar há decadas, faziam parte de um esquema de roubo da classe médica.

Mas afinal, o que há é uma carência de efectivos, o que todos nós já sabiamos e iamos periódicamente alertando desde há muitos anos. Isto é o que o público sabe. O que o público não sabe, são as causas disso.

Desinvestimento sistemático no SNS, destruição das carreiras médicas, salários miseráveis. Promoção da medicina privada.

A ministra da saúde, deveria explicar porque é que se chegou aqui, em vez de fazer conferências de imprensa para dizer o óbvio que deveria ter sido feito pelo menos quinze anos antes. O ministro das finanças, vem dizer também o óbvio, esquecendo-se é certo de que ajuda a enterrar o governo e a ministra.

Não são só vocês, mas por favor, temos de começar por qualquer lado. Demitam-se.

terça-feira, junho 14, 2022

SNS

 


Quando há muitos anos, foi introduzido o número clausus nas universidades portuguesas, lembro-me que todos vaticinamos que quando nos reformassemos, o SNS colapsaria por falta de médicos.

Tantos anos volvidos estamos aí, com o resultado à vista. Nunca houve grande vontade política de apoiar em pleno, um dos melhores serviços nacionais do mundo.

Na actualidade, tudo está formatado para dar errado. Um governo pouco preocupado com os acontecimentos, a navegar à vista, um Presidente da República que está preocupado com o que vai acontecer no verão e uma ministra da tutela, tecnocrata, "coimbrinha", que já deu provas da sua incompetência, e que se recusa a aceitar que está errada, e que o problema não é estrutural.

A nossa vida de médicos, tem sido além de tratar doentes, uma constante luta para manter as carreiras médicas e o SNS. Sempre contra os diversos governos, que sempre quiseram destrui-lo. 

Isto é só uma nova luta que a classe médica vencerá.

quinta-feira, junho 09, 2022

NA CURVA DO RIO




NA CURVA DO RIO

 

Uma parte de mim é multidão

Às vezes sinto-me completo

Outras, sou apenas uma cama por fazer

Essa  parte de mim é solidão

E quando tudo parece desmoronar

Tu encontras-me à meia noite

Junto aquela curva do rio

Quando chove nas ruas vazias da cidade

Não preciso de tijelas nas mãos

Não há nenhuma dignidade em implorar

Preciso de sementes na terra

Preciso que saibas

Que quando a flecha se liberta do arco

O regresso é impossível. 

A LUTA CONTINUA

 


"As pilhas não criam eletricidade - armazenam eletricidade produzida noutro lugar, especialmente através de carvão, urânio, centrais de energia natural ou geradores a diesel. "Então a alegação de que um carro elétrico é um veículo de zero emissões não é de todo verdade.

Uma vez que quarenta por cento da eletricidade produzida nos Estados Unidos vem de centrais de carvão, portanto 40 por cento dos carros elétricos na estrada são baseados em carbono.

Mas não é tudo. Aqueles que estão entusiasmados com carros elétricos e uma revolução verde devem olhar mais de perto as baterias, mas também as turbinas eólicas e painéis solares.

Uma bateria típica de carro elétrico pesa mil libras, aproximadamente do tamanho de uma mala. Contém 25 libras de lítio, sessenta libras de níquel, 44 libras de manganês, 30 libras de cobalto, 200 libras de cobre e 400 libras de alumínio, aço e plástico. Existem mais de 6.000 células individuais de íon de lítio no interior.

Para fazer cada bateria BEV, você precisa processar 25.000 libras de sal para lítio, 30.000 libras de minério para cobalto, 5.000 libras de resina para níquel e 25.000 libras de minério de cobre. No total, você tem que desenterrar 500.000 libras de terra por uma bateria. "

O maior problema com os sistemas solares são os produtos químicos usados para transformar o silicato no cascalho utilizado para os painéis. Para produzir silício limpo suficiente, deve ser tratado com ácido clorídrico, ácido sulfúrico, fluoreto, triclorotano e acetona.

Além disso, são necessários gálio, arsenieto, disselenido de cobre-índio-gálio e telureto de cádmio, que também são altamente tóxicos. O pó de silicone representa um perigo para os trabalhadores e os azulejos não podem ser reciclados.

Turbinas eólicas não são plusultra em termos de custo e destruição ambiental. Cada moinho de vento pesa 1.688 toneladas (o equivalente ao peso de 23 casas) e contém 1300 toneladas de concreto, 295 toneladas de aço, 48 toneladas de ferro, 24 toneladas de fibra de vidro e os solos raros difíceis de ganhar Neodm, Praseodm e Disprosium. Cada uma das três lâminas pesa 81.000 libras e tem uma vida útil de 15 a 20 anos, após o qual devem ser substituídas. Não podemos reciclar lâminas de rotores usadas.

É verdade que estas tecnologias podem ter o seu lugar, mas é preciso olhar para além do mito da liberdade de emissão.

"Going Green" pode parecer um ideal utópico, mas se olharmos para os custos ocultos e incorporados de uma forma realista e imparcial, descobrirá que "Going Green" causa mais danos ao ambiente da terra do que parece. Todos.

Não sou contra mineração, veículos elétricos, energia eólica ou solar. Mas eu mostro a realidade da situação.

quarta-feira, junho 08, 2022

ÁGUA DO LUSO

Há muitos anos, um amigo ofereceu-me dois livros de um novo escritor angolano, que segundo ele escrevia bem. Pois bem, não consegui ler nenhum, porque a qualidade não estava lá.

Na actualidade, esse tal candidato a escritor, arroga-se o direito de vociferar contra, Agostinho Neto e Luandino Vieira. Claro que a vida colocou-os em barricadas diferentes, mas quando não se sabe distinguir o mérito e a enormíssima qualidade, então estamos a falar de indigência mental.

Neto é apenas o pai da Nação angolana. Como escritor e poeta não tem mácula.

Quanto a Luandino, é na verdade o nosso escritor maior, traduzido e estudado em mais de 30 linguas. O portugês nunca mais foi o mesmo depois dele.

Esse aspirante a escritor, passou de indigente mental a mendigo. É o que dá vender-se a quem lhe paga mais.

Fazer mais o quê?

CRIMES DE GUERRA



Em todas as guerras, sem excepção, de ambos os lados, há actos condenáveis à luz de todos os direitos.

Nada de novo. O correcto é provar, julgar e condenar.

Neste momento em que se fala disso, melhor incluir mais este: enquanto o nosso primeiro, vai ufano e todo lampeiro, entregar 300 milhões  de euros à Ucrania, a Segurança Social vem dizer que vai cortar apoio alimentar a 30.000 pessoas. Para já. Até a rede europeia anti pobreza, está surpreendida com a decisão.

O Instituto da Segurança Social (ISS) deu indicações aos diretores da Segurança Social de todo o país, num ofício, para informarem os técnicos que acompanham o Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC) que o número de beneficiários iria diminuir de 120 mil para 90 mil, segundo o “Jornal de Notícias”.

Como é óbvio, isto não faz notícia nem pulula nas indigentes redes sociais.

quinta-feira, maio 12, 2022

AGOSTINHO NETO

 


Tive o enorme privilégio de o conhecer em vida. Chorei no seu funeral.

Hoje faria 100 anos.Um dos maiores homens que África já teve.  O pai da nossa Nação.

Deixo aqui um dos meus poemas preferidos.


        Adeus à hora da largada

        Minha Mãe
        (todas as mães negras
        cujos filhos partiram)
        tu me ensinaste a esperar
        como esperaste nas horas difíceis

        Mas a vida
        matou em mim essa mística esperança

        Eu já não espero
        sou aquele por quem se espera

        Sou eu minha Mãe
        a esperança somos nós
        os teus filhos
        partidos para uma fé que alimenta a vida

        Hoje
        somos as crianças nuas das sanzalas do mato
        os garotos sem escola a jogar a bola de trapos
        nos areais ao meio-dia
        somos nós mesmos
        os contratados a queimar vidas nos cafezais
        os homens negros ignorantes
        que devem respeitar o homem branco
        e temer o rico
        somos os teus filhos
        dos bairros de pretos
        além aonde não chega a luz elétrica
        os homens bêbedos a cair
        abandonados ao ritmo dum batuque de morte
        teus filhos
        com fome
        com sede com vergonha de te chamarmos Mãe
        com medo de atravessar as ruas
        com medo dos homens
        nós mesmos

        Amanhã
        entoaremos hinos à liberdade
        quando comemorarmos
        a data da abolição desta escravatura

        Nós vamos em busca de luz
        os teus filhos Mãe
        (todas as mães negras
        cujos filhos partiram)
        Vão em busca de vida.


terça-feira, maio 10, 2022

PARA MEMÓRIA FUTURA

"Outras formas de causar problemas a Putin"

euronews: "Tem estado a trabalhar na bússola estratégica da UE. Não é uma solução mágica, mas, será que pode ser útil para a segurança europeia?"

Josep Borrell: "Sim. A guerra na Ucrânia tem efeitos colaterais positivos. Desculpe dizer positivo quando tantas pessoas estão a morrer e um país está a ser destruído. Mas sem esta guerra não estaríamos a tomar medidas para nos vermos livres da nossa dependência energética da Rússia. Sem esta guerra, estaríamos na situação anterior. Não estaríamos conscientes de que a Europa está em perigo, é tão simples quanto isto. E se estamos em perigo, devemos ser adultos e estar preparados para enfrentar esses perigos".

euronews: "E o alargamento da União Europeia? Veria países como a Ucrânia, a Moldávia e a Geórgia na União Europeia até 2030?"

Josep Borrell: "Não consigo pensar em datas. Vamos esperar pelo trabalho da Comissão, que vai dar um parecer sobre como proceder face aos pedidos de adesão da Ucrânia e de outros países. E não se esqueça que, nos Balcãs, há também seis Estados à espera da adesão".

euronews: "E como deve a Europa posicionar-se num mundo dominado pelas armas?"

Josep Borrell: "É a chamada militarização das interdependências. Ficamos dependentes de alguém e depois isso é usado como uma arma contra nós. Temos de ser mais autónomos. Temos de ter uma forma de autonomia ou responsabilidade estratégica. Com a pandemia, descobrimos que na Europa não produzíamos sequer uma grama de paracetamol, o que é bastante fácil de produzir, mas era muito mais barato produzi-lo noutros países. Comprar barato é uma coisa. E ter a possibilidade de obter um produto é outra coisa, quando se vive uma crise. Talvez tenha sido mais barato ontem, mas hoje é incomportável". Defender a liberdade e lutar contra os que lutam contra a Ucrânia terá um custo. E os políticos devem ter a coragem de explicar ao povo que este custo tem de ser aceite, caso contrário o custo será muito maior

Josep Borrell, alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros

Josep Borrell: "Fala-se muito da proibição da compra de petróleo russo. Há outras formas de causar problemas a Putin: os seguros. Se decidirmos que as nossas companhias de seguros não fazem seguros ao transporte de petróleo russo, nem mesmo para a Europa. Em todo o mundo os russos vão enfrentar um grande obstáculo para exportar o petróleo, não para a Europa, mas para o resto do mundo".

euronews: "A guerra, infelizmente, terá enormes impactos globais ao nível da segurança alimentar, da energia e da segurança. Qual é, qual deve ser o plano a longo prazo?"

Josep Borrell: "O que importa é ter um mundo baseado em regras, porque não há regras. Há uma regra: a regra do mais forte. Temos vindo a construir a Europa como um jardim francês, ordenado e geométrico. O resto do mundo é mais como uma selva. E se não queremos que a selva invada o nosso jardim, temos de pagar esse preço. Usamos a palavra solidariedade, mas solidariedade não significa nada se não houver um preço. Se não houver um custo, podemos expressar solidariedade para com toda a gente. O momento em que pagamos é o momento da verdade. E nesse momento temos de compreender que defender a liberdade e lutar contra os que lutam contra a Ucrânia terá um custo. E os políticos devem ter a coragem de explicar ao povo que este custo tem de ser aceite, caso contrário o custo será muito maior".


Agora finalmente começo a perceber. Esta entrevista é muito elucidativa. A Europa está mais forte que nunca? Se calhar é por isso que a Itália produziu hoje as declarações que se seguem:

Mais armas para a Ucrania? Não. Significariam mais mortes, mais guerra, mais fome, disse Salvini.

Também o partido democrata (PD), a principal força de centro-esquerda no país que, até agora, tem apoiado a linha mais dura de Draghi, está a revelar sinais de divisão interna e de uma mudança gradual de posição.

Draghi deveria dizer a Biden para não aumentar as tensões, disse no domingo Graziano Delrio do DP, acrescentando que um acordo negociado era a única opção viável.

O líder da DP, Enrico Letta, disse ao "Corriere de la Sera" esta segunda feira que a Europa não se deve permitir ser liderada pelos Estados Unidos, apelando aos cinco maiores países da UE que fossem primeiro a Kiev e depois a Moscovo.


Se calhar foi por isso que o Presidente Macron disse ontem, que a entrada da Ucrania na UE vai demorar decadas.

Se calhar foi também por isso que treze países da UE votaram contra as alterações à constituição europeia.

Se calhar é por isso que não se entendem sobre as sanções ao petróleo e gás russos.

Se calhar foi por isso que o sexto pacote de sanções caíu por terra.

Se calhar, os BRICS têm alguma coisa a ver com tudo isto.

Se calhar, os dinheiros congelados da Rússia, do Iraque, do Afeganistão, da Síria, da Líbia, etc, não vão servir para a reconstrução da Ucrania.

Se calhar, o verdadeiro foco desta guerra está completamente desfocado.

Se calhar!



quinta-feira, abril 14, 2022

TRIBO HIMBA

 


A tribo Himba, caracterizada pelos seus costumes ancestrais, ocupa hoje a região do deserto do Namibe.

Ontem no noticiário fui surpreendido pela notícia.

Uma destas mulheres, resolveu tirar a carta de condução, pediu que lhe dessem uma ambulância e, actualmente percorre toda a zona, ajudando e transportando para os hospitais, toda a gente que a ela recorre. 

Assim vestida, não renegando as suas raízes. É um ser humano raro.

quarta-feira, março 30, 2022

VATICANO

 


Cidade do Vaticano, 28 mar 2022 (Lusa) - O Papa Francisco inicia a partir de hoje reuniões com representantes dos indígenas canadianos inuítes, métis e primeiras nações, no âmbito de um pedido de perdão da Igreja Católica pelos abusos sofridos durante os processos de assimilação forçada.

O Papa Bento XVI já tinha pedido desculpa pelo ocorrido nas residências escolares estabelecidas pelo Canadá no final do século XIX dedicadas à população indígena e que funcionaram até 1997.

Mas a descoberta em 06 de junho dos restos mortais de 215 crianças, estudantes da Kamloops Indian Residential School, na província de British Columbia, reavivou a tragédia dos povos originários do Canadá e o seu pedido de justiça.

“Uma delegação de 32 anciãos indígenas, guardiões do conhecimento, sobreviventes de escolas residenciais e outros jovens ativistas chegou a Roma”, informou a Conferência Episcopal Canadiana que os acompanha.

Os encontros privados com o Papa ficam concluídos em 01 de abril com uma audiência no Palácio Apostólico, com a participação conjunta das delegações e da conferência episcopal canadiana durante a qual Francisco terá a oportunidade de dirigir-se a eles, informou hoje o Vaticano.

Esta reunião foi adiada devido à pandemia de covid-19, enquanto os indígenas pediram ao Papa que visitasse o Canadá para se desculpar oficialmente pelos horrores cometidos pela Igreja Católica.

Francisco já tinha manifestado a sua intenção de visitar o Canadá após o convite da conferência episcopal do país na sequência da descoberta de centenas de corpos indígenas numa instituição católica e embora não seja oficial, a viagem poderá ocorrer este ano.

O governo canadiano confiou a instituições católicas, anglicanas e protestantes a educação de crianças indígenas que foram retiradas de seus assentamentos, mesmo sem o consentimento de seus pais, e nesses internatos foram proibidos de usar o seu nome, a sua língua e as suas tradições.

Nesses centros, onde muitos deles estavam desnutridos e morreram de doenças, não receberam a mesma educação que as restantes crianças canadianas, mas receberam tarefas domésticas ou outros empregos.

Estima-se que entre 1890 e 1997 cerca de 150.000 crianças indígenas foram internadas à força em centenas de residências escolares e cerca de 4.000 morreram durante a sua permanência em residências escolares.

quinta-feira, março 24, 2022

sexta-feira, março 11, 2022

ANGÚSTIA

A frase mais comum hoje em dia, a propósito de tudo e de nada é: como é que isto é possível no século XXI?

A humanidade no seu todo, começou a "pensar" que este século era a panaceia para todos os males. Já tinhamos atingido um grau de civilização tal, que tudo havia de correr bem. Na verdade, esta ilusão vem do facto de ter surgido uma nova "ferramenta" que dá pelo nome de redes sociais. A partir desse momento, toda a gente tem opinião, sabemos tudo sobre a vida de cada um, o que comeu ao pequeno almoço, partilhamos todos os segredos da boa cozinha e das dietas milagrosas, tudo misturado com um bocadinho de religião, que fica sempre bem. É impossível não saber o aniversário de alguém, as intimidades das pessoas (nem sempre recomendáveis), criou-se uma nova raça de cientistas, os "influencers", e pasme-se toda a gente tem opiniões sobre tudo e todos.

Mas, tudo muda de figura, quando começamos a falar do que realmente importa, da cultura e da elevação como ser humano. Se perguntar quem foi Leonardo, ou Saramago, ou simplesmente António Nobre, corro o sério risco de ser apelidado de fascista e neonazi. Apenas porque é fácil mostrar que nas redes sociais, ao lado de alguma gente boa, pululam multidões infindáveis de imbecis.

A única idade de ouro da história da humanidade chama-se Renascença. Tentem falar com essa gente, dessa época. Tentem saber o que é que eles pensam dessa época. Nada. Mas perguntem-lhes pelas Kardashians e afins e terão conversa para várias horas.

Fico estarrecido, porque essas multidões votam para a formação de governos de países. Basta ver como os políticos de todos os partidos baixam o nível para atingir essas massas. O mundo actualmente tem governantes à medida desse povinho.

Experimentem colocar o mapa mundo e pedir aos ditos cujos que apontem os países que vocês forem dizendo. A maior parte da massa a que me refiro, não sabia onde ficava a Ucrania, em Janeiro de 2022. Apesar de falarem das republicas separatistas, do horror da guerra, dos seus motivos, uma boa percentagem continua a não ser capaz de apontar no mapa o sítio exacto da Ucrania. 

Se não acreditam no que eu digo, vejam este vídeo, e prometo que vale a pena assistir. E tremer de angústia. Homo sapiens, sempre! 




quarta-feira, março 09, 2022

A terrível hipocrisia da resposta do Ocidente aos refugiados (opinião)

 CNN , Opinião de Arwa Damon

 Nota do editor: Arwa Damon é a premiada correspondente internacional da CNN, geralmente sediada em Istambul, e presidente e cofundadora da instituição de beneficência INARA. As opiniões expressas neste comentário são da própria.



Vejo imagens paralelas nas inundações de humanidade que chegam até mim. Uma acontece mesmo à frente dos meus olhos, na fronteira Ucrânia-Polônia. Mãos grandes que agarram as pequeninas, pequenas cabeças apoiadas em ombros cansados, o zumbido constante das rodas das malas. Vejo rostos paralisados pelo choque, marcados pelas rugas do trauma que nunca irão desaparecer completamente. Os olhos vidrados em pura descrença, as mentes incapazes de compreender as vidas que deixaram para trás.

A outra imagem sobrepôs-se na minha mente, criada pela enchente de memórias de quando fiz a cobertura da crise dos refugiados de 2015. Naquela época, multidões espremiam-se contra o arame farpado na fronteira Grécia-Macedónia. Uma mãe embalava o seu bebé debaixo de uma lona de plástico, à chuva. Um pai levantou no ar a sua filha febril e apática e disse: “Olhe para ela, olhe para o estado dela. Na Síria, ela era uma princesa.”

Atualmente, parece que o mundo acordou e finalmente percebeu quão implacável e assassino é o governo russo. Como se há anos os sírios não morressem com as mesmas bombas russas. Como se as inúmeras vozes sírias não implorassem ajuda ao mundo. Na altura, perguntaram-me: “Porque é que o mundo não se importa connosco?” Mas eu não poderia responder sem destroçá-los ainda mais. Como dizemos a alguém que a sua vida não faz parte de um cálculo geopolítico? Que no grande esquema dos mestres de marionetas, a vida deles não vale assim tanto?

Penosamente, estamos a ver que os refugiados são acolhidos seletivamente e os criminosos de guerra são punidos seletivamente. Não são apenas os média ocidentais que são tendenciosos; é todo o mundo ocidental. Ouço isso na retórica vinda de políticos, jornalistas e líderes globais. Retórica sobre como os ucranianos são um “povo próspero de classe média”, “a família da porta ao lado”, “civilizados”. Como se o que define um ser humano digno de ser salvo fosse identificado pela cor da sua pele, a língua que fala, a religião que pratica ou onde nasceu.

A verdade feia é que a nossa humanidade é superficial. E isso parte-me o coração.

Hoje, na Polónia, vejo a beleza do que pode acontecer quando os refugiados são acolhidos. Quando a bondade e a compaixão recebem aqueles que fogem das suas vidas. Quando centenas de voluntários esperam por autocarros atrás de autocarros com placas a oferecer viagens gratuitas e lugares quentes onde ficarem. Quando as forças de segurança do país anfitrião facilitam o movimento, providenciam informações e abrigo. Quando um estranho diz: “Está tudo bem, já está em segurança, o que posso fazer por si?”

Mais uma vez, volto ao que acontece quando os refugiados não são bem-vindos. Em 2015, nenhum dos restaurantes ou cafés à volta da estação de comboios de Budapeste, na Hungria, permitia a entrada de refugiados. Aqueles que fugiam foram reunidos como gado pelas forças de segurança até conseguirem romper as barreiras e fugir. Quilómetros e quilómetros de pessoas a andar a pé, à espera e a rezar para que alguém lhes mostrasse misericórdia. Na altura, havia muita retórica contra os refugiados por parte dos governos e das populações da Europa, envolta em receios de que o Daesh se infiltrasse, que aqueles na estrada eram “demasiado diferentes”. E sim, isso também foi durante o auge dos ataques do Daesh na Europa. Mas também foi durante o auge dos ataques do Daesh e de outros grupos terroristas na Síria, no Iraque, no Afeganistão e noutros locais.

No centro disto está a triste realidade de os refugiados sobre quem falei no passado serem do Médio Oriente, do Norte de África e do Afeganistão, e serem considerados “os outros” por muitos no mundo ocidental. E, por alguma razão, isso fazia com que ninguém se identificasse com a dor e o sofrimento deles. Eu disse ao mundo, na CNN, que os sírios são como qualquer outra pessoa; eles tinham sonhos, casas, uma sensação de segurança em que acreditavam. Eu senti que não estava a ter ressonância, que não estava a ser ouvida. Para a grande maioria de nosso público ocidental, eles continuaram a ser “os outros”.

Enquanto jornalista, pergunto-me muitas vezes se, de alguma forma, eu falhei naquela época. Como poderia ter contado as histórias de refugiados de forma a que o mundo se importasse? Carrego essa culpa comigo há anos, ainda hoje. Porque certamente haveria uma maneira de mostrar ao mundo ocidental - o mesmo mundo que agora está ao lado dos ucranianos - que os sírios, os iraquianos, os afegãos e outros povos que seguiram este mesmo caminho pela Europa, são exatamente como eles. Sou de ascendência árabe e americana, mas a minha aparência - pele clara, olhos verdes, cabelos louros - está tão fora do estereótipo árabe, que ninguém questiona o meu lugar. Vejo rostos sírios e iraquianos nos ucranianos. E sou levada de volta à Grécia, em 2015, quando uma senhora síria, idosa e elegante, a fugir para um lugar seguro, na lama, me agarrou no braço, o seu toque tão suave quanto o da minha avó.

Lembro-me que, nesse mesmo ano, uma mulher na Hungria nos pediu para não a filmarmos. Não porque estivesse preocupada com a segurança da família, ainda na Síria, mas porque não queria que a vissem humilhada, suja e sentada no chão.

Esta semana, olhei para as mulheres e crianças ucranianas que entravam nos autocarros que as esperavam, e senti-me tão aliviada por a história de refugiados delas ser tão diferente. Nem tudo foi mau. Testemunhei alguns momentos emocionantes em 2015. Pessoas na estrada que liga a Hungria à Áustria, paradas com carrinhos, comida e água para os refugiados. A pedirem desculpa pelo comportamento dos seus governos, dizendo: “Não somos todos assim.” E em pontos de encontro improvisados, os esforços locais acabaram por se juntar aos de instituições de beneficência maiores, para fornecerem abrigos básicos. Mas nada disso se compara ao que estou a ver aqui na Ucrânia e na Polónia.

Em todos os centros de realojamento de refugiados e passagens fronteiriças, há montanhas de roupas, bonecos de peluche, carrinhos de bebé e muito mais. Um sistema completo e um exército de voluntários, a trabalharem em conjunto para ajudar os ucranianos em fuga.

Lembro-me de quando a então chanceler alemã Angela Merkel disse que o seu país receberia um milhão de sírios. Os refugiados com quem eu estava na Hungria começaram a chorar de alegria; finalmente sentiam-se bem-vindos e não tratados como lixo indesejado. Mas, com o passar dos meses, a grande solução da Europa foi chegar a um acordo com a Turquia para fechar a rota dos migrantes, deixando num limbo os que já estavam no caminho.

Sete anos depois, muitos deles ainda estão nos mesmos campos e centros improvisados, as suas vidas estagnadas. Algumas crianças nascidas nos campos nunca conheceram um verdadeiro lar. É provável que muitos não saibam que os sírios ainda estão nestes campos improvisados.

Eu comparo essas memórias com o que está a acontecer no mundo inteiro, atualmente, com tantas nações a declarar que todos os refugiados ucranianos são bem-vindos. Vejo países ocidentais a oferecer vistos de residência de um ano a esses refugiados, autorizações de trabalho e trânsito livre para outros países.

Vejo como as potências ocidentais e outras expressam indignação face ao que se passa na Ucrânia, os mesmos países que, na melhor das hipóteses, falaram da boca para fora quando se tratou da Síria, e os outros que simplesmente ficaram calados. Vejo país após país, ocidentais e outros, unidos para pressionar a Rússia, a aplicar sanções mais duras do que nunca. Vejo empresas de cartões de crédito a negar o seu uso na Rússia, companhias aéreas a interromper serviços e os produtos a serem boicotados. Não importa de onde sejam, as emoções dos refugiados são muito parecidas: a incapacidade de compreender como a sua realidade se alterou de forma tão repentina e violenta, e a culpa dos sobreviventes que assola aqueles que fugiram, mesmo que para salvar os seus filhos, mesmo que, racionalmente, fosse a única opção.

Cada guerra é diferente, os seus contornos traçados por poderes maiores que o indivíduo e pela ganância e crueldade da geopolítica. Mas o sofrimento das pessoas apanhadas no braço de ferro continua a ser a mesma. A agonia de perceber que não só o seu país já não é seguro, como pode até deixar de existir. Aldeias e cidades onde os pezinhos corriam e brincavam à apanhada, estão agora reduzidas a escombros. As cozinhas e salas onde as famílias se reuniam para as refeições e os casais discutiam, foram transformadas em cinzas. As cabeças entre as mãos, os ombros a tremer, as almas a gritar.

Esse sofrimento é universal. Como deve ser a reação a ele.

 

quarta-feira, fevereiro 23, 2022

segunda-feira, fevereiro 21, 2022

PROVÉRBIO AFRICANO

 


A UNIÃO DO REBANHO FAZ O LEÃO DEITAR-SE COM FOME

segunda-feira, fevereiro 07, 2022

MÃES


No Canadá foram recentemente queimados em várias escolas, livros do Tintim e Asterix por alegadas ofensas contra indigenas.

Os livros de Mark Twain foram modificados, para retirar a palavra nigger.

Recentemente também, uma francesa estudante na Escola de Artes em Paris, fez-se fotografar toda sorridente, após vandalizar monumentos em Lisboa.

Menos recentemente, todos nos lembramos da destruição dos Budas pelos radicais islâmicos.

Estes fenómenos parecem estar relacionados com a tentativa de criar uma sociedade neutra, abúlica, cinzenta. Sem homens e mulheres. Sem gays e heteros. Sem gente de diferentes raças e credos. Sem homens e mulheres. Sem inteligentes nem idiotas, tudo medido e reduzido ao mesmo nível. Camões e Zé Cabra, tudo no mesmo saco.Também o mesmo acontece com as emoções. 

Surge agora um "estudo" ( esta gente baseia-se sempre em estudos), que afirma que o melhor para o equilibrio da sociedade é erradicar a palavra mãe e substitui-la por pessoa lactante. Então e o pai fica como? Pessoa ejaculante? E a tia? Pessoa lactante consanguínea? E quem não conseguir ser lactante? É abatida? E quem não quiser ser lactante? E quem não quiser continuar a ouvir estes filhos........, faz o quê?

A história da humanidade é o que é. Com erros, paixões, afectos, decisões acertadas, guerras, racismo, xenofobia, amor, solidariedade. Estes indigentes querem eliminar tudo, o holocausto nunca existiu, nenhuma guerra o foi, Camões, Pessoa, Saramago, são todos iguais. Este é um assunto muito sério, com consequências imprevisíveis se o deixarmos evoluir. Principalmente os humanos, mas também os animais, baseiam a sua vida em afectos os mais diversos. E esta gentalha tem vindo a tentar eliminar esses afectos porquê? Gente mal parida, metida a besta? Uma nova forma suicidária de viver em sociedade? Tudo vestido de cinzento, trabalho das nove às cinco, sexo de 23 em 23 dias e só durante um quarto de hora? E sem tocar nas estimadas glandulas lactantes. LGBTQIA passa a ser  LGBTQIAPLPEMM?

Há quem diga que os idiotas vão tomar conta do mundo. Não pela capacidade, mas pela quantidade. Porque são muitos e reproduzem-se. De 23 em 23 dias por suposto.

Estamos ainda a tempo de combater este fenómeno. Longe de ser uma moda do momento, a amplitude deste fenómeno a nível global, tende a torná-lo extremamente perigoso, mesmo em termos de sobrevivência da sociedade tal como a conhecemos. A grande diferença entre os tempos anteriores e os tempos actuais, reside no facto de que estes indigentes mentais, têm acesso às redes sociais e portanto podem ampliar mil vezes qualquer idiotice que inventem, e sempre haverá quem receba a mensagem. E não vale a pena enganar-nos. Esta multidão é constituida por radicais (se as tuas ideias não têm conteudo para criar movimento, vamos impô-las pela força. Também de um "estudo recente"), que não vão ter nenhum problema em acabar connosco. Acredito que se deixarmos estas situações evoluir, mais tarde temos de partir para as formas clássicas de luta, como única maneira de sobreviver.

No entretanto não podemos continuar a chamar esta gente de idiotas. Segundo o ponto de vista deles não se atinje a neutralidade por esse caminho, podendo ainda serem vitimas de bullying na escola. Proponho o nome de microcefalos mamantes ( um estudo realizado, de grande credibilidade científica provou isso), além do mais porque creio que ficarão felizes com isso.  

E a minha mãe, todas as mães do mundo fiquem descansadas porque continuarão a ser as melhores mães do mundo.

quinta-feira, janeiro 27, 2022

DIREITOS HUMANOS

O EUA têm 245 anos de existência como país habitado por colonizadores. Mil anos antes, já o mundo civilizado se estendia por toda a Europa e Ásia.

Nos finais do século XIX, o ambiente era o que sabemos. Os grandes bandidos que nos habituamos a ver na tela mascarados de heróis ( Jesse James, Billy The Kid, Wyatt Earp, etc), pululavam em gangues por todo o território. Em pleno século XX, surgiu outro tipo de banditismo, o mais conhecido Al Capone.

Neste entretanto, entre a independência e os dias de hoje, houve a grande corrida ao ouro com as consequências conhecidas, uma guerra norte-sul para abolir a escravatura, e o extermínio da nação India.

Na actualidade e apesar da guerra fratricida, os problemas raciais, estão mais exacerbados que nunca.

E é este país, com estes antecedentes, que decidiu tomar conta do mundo e explicar a todos nós o que é a democracia, e armar-se em arauto mundial dos direitos humanos.

Mais do que isso. Nos últimos 100 anos tentou à força fazê-lo no país dos outros. Coreia, Vietnam, Somália, Síria, Iraque, Líbia, Afeganistão e por aí adiante. Sem nenhum resultado visível a não ser a fuga desenfreada de todos esses sítios, deixando um rasto de destruição para quem lá vive.

Parece que agora vão ter que parar. A opinião pública local, os milhares de mortes inúteis do seu próprio povo, e a explosiva situação económica, são condimentos que os vão levar a entreter-se entre eles por bastante tempo. Felizmente


quarta-feira, janeiro 26, 2022

PARIDADE DE GÉNERO


Desengane-se quem achar que eu sou a favor da paridade de género. Desengane-se também quem achar que eu sou a favor das mulheres.

De facto, a minha opinião é um pouco mais rude que o trivial que se publica de forma insana, 24 horas por dia. Perante uma oportunidade, apenas defendo com unhas e dentes que quem a agarrar, o faça por mérito, por se o melhor, seja de que sexo for. Sem desculpas. Sem necessidade de ter tido um curso de especialização na área.

Sou educado com as mulheres, tanto quanto sou com os homens. Nem mais nem menos.

Por isso me custa e combato ferozmente, qualquer ser que pense o contrário, qualquer que seja o seu lado da barricada. Nos dias que correm, ver mulheres se autopromovendo em nome da paridade de género, tratando de arranjar uma comitiva de apoio e bajulação nas redes sociais, criando movimentos que na esmagadora maioria não dizem nada, só encerram o circulo de bajulação contínua, apenas me diz que esses grupos estão a fazer coisas que prejudicam violentamente a sociedade em que se inserem e diminuem aquilo que de bom existe na igualdade de géneros.

Houve um tempo, há um tempo, haverá um tempo, em que mulheres, homens, raças, credos,  batalham por direitos, liberdades, igualdades, fraternidades. Sempre haverá alguém suficientemente atrasado defendendo outras posições. E essa é que é a batalha de todos nós em conjunto, livres de qualquer forma de autopromoção e muito menos de bajuladores. Esses ao primeiro sinal de perigo, desaparecem e deixam até de nos conhecer.