quinta-feira, junho 09, 2022

NA CURVA DO RIO




NA CURVA DO RIO

 

Uma parte de mim é multidão

Às vezes sinto-me completo

Outras, sou apenas uma cama por fazer

Essa  parte de mim é solidão

E quando tudo parece desmoronar

Tu encontras-me à meia noite

Junto aquela curva do rio

Quando chove nas ruas vazias da cidade

Não preciso de tijelas nas mãos

Não há nenhuma dignidade em implorar

Preciso de sementes na terra

Preciso que saibas

Que quando a flecha se liberta do arco

O regresso é impossível. 

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