É assim a vida em TERRAMAR, onde dragões e feiticeiras se juntam e contam histórias em que tudo pode acontecer.
quinta-feira, dezembro 20, 2007
NATAL
segunda-feira, dezembro 17, 2007
A MINHA TERRA
Apenas gostaria de o ter escrito. Foi-me enviado por um grande amigo e, tocou-me bem fundo.
Quando te disse
que era da terra selvagem
do vento azul
e das praias morenas...
do arco-iris das mil cores
do sol com fruta madura
e das madrugadas serenas...
das cubatas e musseques
das palmeiras com dendém
das picadas com poeira
da mandioca e fuba também...
das mangas e fruta pinha
do vermelho do café
dos maboques e tamarindos
dos cocos, do ai u'é...
das praças no chão estendidas
com missangas de mil cores
os panos do Congo e os kimonos
os aromas, os odores...
dos chinelos no chão quente
do andar descontraido
da cerveja ao fim de tarde
com o sol adormecido...
dos merenges e do batuque
dos muquixes e dos mupungos
ds imbondeiros e das gajajas
da macanha e dos maiungos.
da cana doce e do mamão
da papaia e do cajú...
tu sorriste e sussurraste
'Sou da mesma terra que tu!'
Ana Paula Lavado
sábado, dezembro 15, 2007
Homenagem ao Mestre Oscar Niemeyer
Nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e
sensual. A curva que encontro nas
montanhas do meu país, no curso sinuoso
dos seus rios, nas nuvens do céu, no corpo
da mulher amada.
De curvas é feito todo o universo.
O universo curvo de Einstein.
Já vos tinha dito antes. A generation next, mostra as suas garras e logo com um peso pesado, Oscar Niemeyer. Nem sabem como isso nos faz felizes. A mensagem foi bem passada e, agora já podemos ficar sossegados.
Ruca, um grande abraço e obrigado.
GED
sexta-feira, dezembro 14, 2007
EQUÍVOCOS
EQUÍVOCOS DE NATAL
Celebrar com alegria e vontade
O nascimento do filho de Deus
Não está ao alcance dos camafeus
Que zunem este canto de crueldade.
Os que ignoram o conhecimento
De tais Divindades sentem bem
A dificuldade, sem ressentimento,
Em participar nesta festa do Além.
Para quem está preso e confinado
Ao castigo, merecido ou não, o Natal
Não é certamente por ele apreciado
E louvado da mesma maneira afinal.
Os que, por razões várias, não têm
Nem querem abrigo, o presépio
Que admiram é o que os mantém
A lutar para nada terem e sem pio.
Aqueles que não pediram, mas cuja
Saúde se vem aos poucos deteriorando,
A festa é de certeza muito mais sabuja
E incompleta dos que se vão alegrando.
Para a catraiada que nunca teve
Um presente, passado ou futuro
E que a existência é um alto muro
Íngreme no ódio que se manteve.
Para os que fabricaram estereótipos,
Esta Quadra tem um sabor especial
E contrariando o espírito de Natal
Só vêm lucros opulentos e atípicos.
Para os que usam a eterna esperança
Como bandeira ineficaz e invisível,
É uma catarse de tremenda confiança
Defendendo erradamente o previsível.
É mais fácil partilhar o vácuo
Esvaziado do que uma mesa farta
Mantendo o falseado «Status Quo»,
Trocando carinhos através duma carta.
Unem-se famílias na hipocrisia
Do ano inteiro, esbanjando gestos
Que mancham a estupenda alegria
Que vai morrendo, ficando de rastos.
Para os que se esqueceram de lutar
Colectivamente é acto individual
De aborrecimento bem descomunal
Tendo algo, para em comum, festejar.
Ah Natal, meu recordado Natal,
Os que te inventaram não mediram
As consequências e não exigiram
Que te mantivesses sempre divinal.
Tu, que deixaste de ouvir as preces
Do Senhor e os canticos sem sentido,
Tem calma, sossega e não te apresses
Pois o Natal não anda por aí perdido.
um abraço
Kambuta: estás em tua casa. Só fico mais rico, ficamos todos, com a tua participação.
Um abraço
GED
quinta-feira, dezembro 13, 2007
REFERENDO - SIM, NÃO, TALVEZ, NUNCA!!!
Dizia o senhor que referendo nunca, pois as matérias do novo Tratado de Lisboa eram tão complexas que não eram acessíveis a gente culta, quanto mais ao povo.
Este argumento exibido à exaustão, é do mais reaccionário que tenho ouvido e colocam-se de imediato várias questões que com toda a certeza continuarão sem resposta.
Afinal o referendo fazia ou não fazia parte do pacote eleitoral do partido no Governo?
Claro que fazia, mas só durante o período eleitoral, aliás, como muitas outras coisas.
Afinal, vamos ser governados por leis tão complexas que só uma “elite” as entende?
Parece-me demasiado perigoso, envolver-me por decisão destas luminárias, em algo que não conheço e, que certamente vai influenciar todo o meu modo de vida.
Quando um médico tem que fazer uma intervenção complexa num doente, não está obrigado por lei a explicar-lhe o mais claramente possível tudo o que vai fazer e tudo o que dessa intervenção pode advir?
E um pedreiro que me faça obras em casa? Não tem que me explicar direitinho o que vai fazer e quanto custa para eu poder decidir?
Por que motivo estes “gringos” podem actuar livremente em nome de todos nós?
Por que motivo, não dispendem algum do seu precioso tempo a explicar-nos o Tratado de Lisboa, como se todos fossemos loiros e burros?
Pois é. Estamos entregues a um destino que só parece estar nas nossas mãos, quando esta quantidade de gente nos vem pedir votos. E, não se iludam, isto passa-se com qualquer partido.
A minha questão final é: até quando vamos aguentar isto?
quarta-feira, dezembro 12, 2007
CIMEIRA EUROPA - ÁFRICA
quinta-feira, dezembro 06, 2007
CONVIDADO DA SEMANA
CIMEIRA EUROPA- ÁFRICA
A globalização tem destas coisas. Entendimentos com base estritamente económica, pondo o humanismo de lado. Aliás, falar em humanismo hoje em dia, faz de nós gente obsoleta, retrograda, parada no tempo. Felizmente, tenho a certeza de que com o tempo, a humanidade voltará aos carris. Vai é demorar muito tempo e entretanto gerar problemas sociais tremendos e agudizar os já existentes.
Esta cimeira, começa mal, vai correr mal e terminar pior.
Na agenda préviamente anunciada, não há espaço aparentemente para uma única palavra sobre o drama do Darfur. Provávelmente porque aquela região do globo não tem nada de interessante do ponto de vista económico.
Convida-se Marrocos que não pertence à Organização de Estados Africanos, mas não se convida a República Árabe Sarauhi, que por acaso pertence. Escuso de invocar as possíveis razões para isso.
Vamos ter cá o actual dono do Zimbabwe, mas aposto que ninguém comentará o que se passa naquele país.
Quando se fala em economia, petróleo, recursos naturais, etc, que se lixe o humanismo.
Vai correr mal, ainda que no fim digam que foi um sucesso.
Fiquem bem.
GED
quarta-feira, dezembro 05, 2007
LOCALIZAÇÃO
quinta-feira, novembro 29, 2007
SINAIS DO TEMPO
Como estamos perto do fim do ano e, aproxima-se um ano novinho em folha para podermos estragar à vontade, resolvi mentalmente rever o que aconteceu nos últimos tempos. Pasmei!
Não aconteceu nada.
Do julgamento da Casa Pia, nunca mais ouvi falar.
Do apito dourado, sabe-se lá o que aconteceu.
Fátima Felgueiras? Já ouvi este nome em qualquer lado.
Mentalmente também, ocorreu-me espontâneamente uma frase do Jô Soares, de quem não sou particular apreciador: "eu não sou palhaço, mas estão-me fazendo"!
Tenham um bom ano. Estraguem-no à vontade.
GED
DESAFIO SOBRE A ÉTICA
Um abraço
GED
Um convite não se recusa, e principalmente quando vem de alguém que aprendemos a respeitar.
Obrigada Henrique.
Assim, resolvi repescar um texto que há muito havia escrito e transpô-lo para "este tempo" em que, como administradora de um fórum, procuro pôr em prática o meu pensamento sobre o que entendo dever ser um comportamento ético e as regras de convivência nesse e noutro tipo de espaços na net.
Para isso, me socorri das palavras de meu amigo Frei Betto, num belíssimo texto com o título em epígrafe.
Percebo que para muitos um fórum é um espaço de encontro, de diversão, para outros, ainda, um espaço em que não deveria haver lugar para divergência de opiniões... como se todos devessem ser bitolados para pensar do mesmo modo, de forma a que não ocorressem discussões. A minha opinião é que um fórum deve ser um espaço plural... isto é, o espaço do "matar saudades", do encontro, da diversão, mas também de debate, de cultura, sempre com respeito pelas opiniões contrárias. No entanto, pensar e debater, com respeito e tolerância, talvez não seja o corolário que se segue na maioria dos casos.
Por outro lado, sabemos que "cada um é como cada qual" e, por isso, difícil é gerar consensos entre todos. Mesmo assim, a sã convivência, na divergência, é possível se nos esforçarmos.
"... Quando se lança mão de irregularidades, de difamações, de trambiques, de fato se está perpetuando a velha sociedade opressora em nome de ideais libertários..." (idem)
"... A vida social exige autolimitação de nossos impulsos, controle de nosso instinto, seleção de nossos valores e opções que sempre implicam renúncias. Não se pode escolher isto sem renunciar àquilo. Em suma, aos poucos, se forja em nós o comportamento ético." (idem)
A ninguém deve passar despercebido quão frequentemente nos depararmos com esta falta de sentido de "autolimitação dos nossos impulsos"! Alguns espaços na net são exemplos paradigmáticos em relação a esta afirmação.
Um fórum de discussão, apesar de ser um espaço virtual, é o espelho do nosso comportamento diário. E, provavelmente, não há quem, nas situações do dia a dia, não controle os seus instintos. As pessoas não agem por instinto e têm liberdade de escolha... No caso vertente, a escolha entre o responder e não responder... a escolha de ler ou não as intervenções de membros que, à partida, podem não ser do seu agrado... a escolha de se mostrar ou não tolerante...
Congratulo-me que no fórum que administro este "ideal" de participação venha sendo praticado. E porque é sempre dia de esperança, transcrevo o que um amigo, nessa altura, deixou:
"Canta, canta e canta!
Mata a mudez do conformado
Canta a plena alma a rebeldia
desassossega o menino sossegado
e diz-lhe que da noite se faz dia."
Maló de Abreu
terça-feira, novembro 27, 2007
INVERNO
Vesti-me a preceito, camisa, camisola, casacão, calças grossas e sapatos a condizer.
Fiquei extremamente desconfortável.
Pus os meus óculos de sol, que uso todo o ano, retendo a sensação de que o inverno ainda não tinha totalmente chegado.
Com enorme tristeza, guardei as t' shirts e toda a leve roupa de verão.
E, ainda há gente que tem a lata de me dizer que gosta mais do inverno.
O que vale é que em Fevereiro, vou em busca do sol.
Aguenta aí Angola, que eu estou a chegar.
GED
terça-feira, novembro 20, 2007
CONTOS VELHOS, RUMOS NOVOS
Mais um amigo que se junta e nos brinda com mais um alicerce, na história das nossas vidas.
Fico-lhe agradecido e devedor.
Um abraço
GED
sábado, novembro 17, 2007
BLOGUE DO CUBAL
Alguém da "generation next", me diz que está a fazer um blogue do Cubal e precisa de ajuda para o desenvolver.
Só podemos estar orgulhosos e, ajudar.
Chama-se Ruca e é filho do Raúl e da Júlia.
Fica assinalado aqui nos meus links, como o blogue do Ruca.
Estou para ajudar e vocês não se estiquem, como é costume!!!
Um abraço
Henrique
sexta-feira, novembro 16, 2007
NOTÍCIAS DE LÁ
O Ministério da Cultura (Mincult) procede hoje, durante uma gala a realizar-se no Cine Tropical, em Luanda, a entrega dos prémios das diversas categorias da edição 2007 do Prémio Nacional de Cultura e Artes.
Na disciplina de literatura foi atribuído o prémio à escritora Paula Tavares, pela sua obra poética "Canta o sonho de mulheres feridas e humilhadas", investigação em ciências humanas e sociais coube a António Fernandes da Costa, com "Roturas estruturais do português" e nas artes plásticas foi atribuído, à título póstumo, ao escultor e pintor Rui de Matos.
Na categoria de teatro foi premiado o grupo Horizonte Nzinga Nbandi, cinema e áudio visual à equipa do programa da Televisão Pública de Angola "Conversas no Quintal", enquanto que na disciplina de música foi contemplado o artista e compositor Elias dia Kimuezo.
CONVIDADO DA SEMANA - SOFIA ÁLVARES
domingo, novembro 11, 2007
PARABÉNS POVO ANGOLANO
sexta-feira, novembro 09, 2007
CONVIDADO DA SEMANA - PHWO - NO COMMENTS
Um abraço
GED
Há convites que não se podem levar a sério; há outros que não chegam a sê-lo; há uns mais discretos, outros menos, havendo ainda os convites para a dança. E quando chega a vez destes... acabam-se, para mim, as possibilidades de equacionar quaisquer outros.
Porém... aqui estou eu a aceitar o gentil convite do Henrique para escrever no seu blog, o que faço com muito gosto.
Ultrapassada a questão das formalidades, aparece logo outro dilema: sobre o que falar ou comentar, já que por aqui, em Angola, quase tudo usa a legenda "no comments".
Da baía de Luanda que está a ser submetida a aterros brutais para a “requalificação” da marginal, por exemplo? Talvez…
“Ao que parece” trata-se de uma obra pública, mas o cidadão não é informado, pelo que se permite especular à vontade, tentando desafiar a imaginação até aos limites.
“Parece” que a obra é privada pelo que ninguém tem nada a ver (ou a haver?) com os milhares de palmeiras importadas de Miami para a sua decoração (até porque são árvores “exóticas” não existentes em Angola). Mas… o que lucra um privado em investir no alargamento da marginal de duas para seis faixas de rodagem? No comments.
Consta que um projecto chumbado pela sociedade civil há alguns anos está de novo a tomar forma. Deixaram-nos poisar (a nós) e agora lá paira novamente a possibilidade de se fazerem umas ilhas no meio da baía de Luanda, com prédios e respectivo entourage de luxo (quadra para helicópteros também?). Comentários? No.
Fala-se que os clubes Náutico (Nun'Álvares) e Naval vão ser "partidos" e que um Museu de Arte Contemporânea vai ser edificado na ponta da ilha. Salitre? Nível freático das águas? Humidade? Nada que a tecnologia não resolva, seja a que preço for. A Barracuda já está no chão. “Dizem que” por casos em tribunal não resolvidos. Nada a comentar. Ninguém sabe, ou viu quem foi. De noite estava, mas já não amanheceu lá.
E pronto. Com esta dose de água (neste caso, de areia na Baía) que se está a meter, em nome do progresso, me despeço, desculpando-me por qualquer "coisinha”.
O ex-líbris da cidade de Luanda está a ser violado publicamente e… no comments.
Pwo
quinta-feira, novembro 08, 2007
COLONIALISMO?... NEM POR ISSO!
Chamou-me incorrigível, porque de facto é um dos maiores amigos que tenho. Outro qualquer ter-me-ia chamado filho da mãe ou coisa pior.
Mas vejamos.
Um documento de 1929, fica apenas a a 31 anos de distância de 1960. E reza a história que a ocupação durou quatrocentos anos!
No entanto podemos ir por outro lado.
Nos idos de 60, tinha eu 12 anos, muito perto de ser um "teenager" inconsciente, lembro-me com total clareza de algumas coisas que convido quem quer que seja a desmentir.
Vivia na maior área de sisal do mundo e, sempre que se iniciava a fase de colheita, transporte, desfibra e enfardamento de sisal, acontecia sempre o mesmo.
Centenas de negros presos à corda, eram levados para o "Posto", onde depois eram encaminhados para as diversas fazendas, para o "contrato".
O meu pai, como muitos outros pais faziam o que podiam, para ao menos soltarem aqueles que eram empregados.
E, eu sei do que falo, pois fui muitas vezes ao "Posto" levar o recado do meu pai.
Bem sei, que alguma coisa foi mudando. Na escola primária não tive nenhum companheiro negro.
Em todo o tempo do liceu tive dois.
Um felizmente encontrei-o numa ida a Luanda. O outro, só muito recentemente tive conhecimento do filho e soube que o pai tinha morrido.
É, meu querido amigo, sou mesmo incorrigível.
Mas mesmo com estas diferenças de opinião, continuo a gostar muito de ti.
E continuo a achar que esta história está mal contada.
A única coisa que é verdadeira e, isso sabemos nós, tem a ver com o facto de que apesar de tudo isto, sempre nos estivemos a marimbar para a cor de cada um. Andei a brincar e a lutar e à pedrada, com malta de todos os matizes e continuo assim. Eu pessoalmente apenas detesto o azul, por razões que não têm a ver com esta história
Um abraço
GED
quarta-feira, novembro 07, 2007
CONVIDADO DA SEMANA - KAMBUTA - NOITE DAS MEMÓRIAS
POUCAS FALAS
Era um mulato matulão, calado e sombrio.
Estou a vê-lo sentado no muro que protegia
Um imenso quintal cheio de uma estratégia
Onde o Tavares aprendia, com tal brio
Que, nas raras ocasiões em que o som
Saía da garganta sentíamos um Homem-Bom.
Quando alguém lhe perguntava onde era a rua tal
Respondia de imediato: é na casa do Sr. Bom-Dia!
Se lhe gabavam o que tinha vestido, resposta fatal:
Comprei na casa da D. Carqueja, prima da azedia
E sogra da inveja! Os miúdos do bairro
Idolatravam-no no entardecer cianopirro.
Com ele estabeleceram uma curiosa relação
Em que a comunicação era feita por actos
E não de falas, em que se escutava o coração
Bem antes dos conspurcados dialectos,
Onde, sem pedir, existia uma protecção
Mútua, simétrica e rodeada de circunspectos
Rituais, imperceptíveis para os miúdos
Mas inatos naquele mulato de olhares barbudos.
Kambuta
Um abraço a todos os que aqui irão permanecer.
domingo, novembro 04, 2007
COLONIALISMO?... NEM POR ISSO!
Compro frequentemente livros antigos em alfarrabistas e muito frequentemente também, são livros sobre Angola. Veio-me ter às mãos, um livro sobre o Caminho de Ferro de Benguela, com provável datação de 1929 e, publicado com autorização do Conselho de Administração do C. F. B.. Aqui ficam alguns extractos desse livro.
...Os salões de primeira classe, com corredor lateral, comportam cinco compartimentos grandes e um compartimento pequeno, duas retretes, uma dispensa e varandas nas duas extremidades. O interior é de carvalho com guarnições em teca. Cada compartimento grande tem um lavatório de metal, cuja tampa constitue uma meza movel, cabides e redes para a bagagem. Todos os compartimentos teem campaínhas eléctricas cujo quadro indicador está instalado na despensa. Os salões de segunda classe, tambem com corredor lateral, comportam seis compartimentos grandes e um compartimento pequeno, uma retrete e varandas nas duas extremidades, iguais às da primeira classe. Cada compartimento grande pode comportar seis passageiros sentados ou seis deitados e tem mezas moveis com as disposições usuais.
As carruagens para os indígenas teem bancos fixos laterais e dois bancos longitudinais contiguos, moveis, ao centro. Tem retretes, torneiras com água para beber e uma varanda em cada extremidade.
Sobre o serviço de automoveis Angola a Katanga diz o seguinte nos regulamentos:
... não se transportam passageiros indígenas, excepto como creados, e isso apenas quando haja acomodação.
Sobre mão de obra diz o seguinte:
...Os indígenas de Angola são inteligentes e no Caminho de Ferro eles conseguem ser assentadores de linha, belos guardas de bombas de água, regulares artífices e bons telegrafistas. Há também alguns desempenhando funções de chefes de estação nos pontos menos importantes da linha.
Parece que afinal, aqui e ali, se vai vendo como fomos diferentes dos outros povos!
GED
segunda-feira, outubro 29, 2007
CONVIDADO DA SEMANA - MANUEL - QUEM MELHOR?...
É o meu convidado e fico-lhe muito agradecido por isso. Políticamente correcto quanto baste!
“Quem melhor que o Manuel e Phwo para começar?”…
És um amigo, Henrique! Da onça… claro! Deixaste-me um menino nas mãos… melhor, (melhor não, pior!) deixaste-me uma folha em branco, com a obrigação de a preencher com palavras, pontos e vírgulas, unidos por um fio condutor, como convém, para se tornarem perceptíveis! E como se não bastasse, essas palavras, pontos e vírgulas têm a incumbência de inaugurar um novo espaço no teu blogue. Ora, isso, é bem mais difícil do que cuidar de um menino. Este “cala-se” e contenta-se com duas ou três locuções verbais carinhosas (claro), ainda que sem nexo, enquanto que é bem mais difícil de lidar com uma folha em branco, embora, é certo, esta não se queixe. Mas exige mais imaginação (quê dela?), mais talento (quê dele?), mais treino (eu, ultimamente, só tenho praticado ténis ao fim de semana. Mais nada…) e, no meu caso, como sabes, mais tempo, muito mais tempo. Por todas estas razões que deve dar o mote ao teu novo espaço é a nossa amiga Phwo (amigo do meu amigo meu amigo é) que não tenho o gosto de conhecer pessoalmente mas de quem, depois de uma breve vista de olhos pelo seu blogue, aprecio a escrita e de quem, parece-me, tenho também alguns pontos de vista diferentes – o que é saudável.
Um abraço.
segunda-feira, outubro 22, 2007
TRATADO DA EUROPA
domingo, outubro 21, 2007
COMUNICAÇÕES
Na verdade, logo no cabeçalho digo que venham e tragam mais cinco.
Fica mais vivo e mais rico de certeza com a vossa participação.
Fico a aguardar.
GED
segunda-feira, outubro 15, 2007
SEM COMENTÁRIOS
Educação CRISTOVAM BUARQUE foi questionado sobre o que pensava da
internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência
nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).
Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um
Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta de Cristovam Buarque:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a
internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o
devido cuidado com esse património, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a
Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também a de tudo o
mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada,
internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O
petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia
para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no
direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não seu
preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos,
ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou de um país.
Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões
arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas
financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos
os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio
humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património
natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário
ou de um país.
Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um
quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido
internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando
o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em
comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que
Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo
menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris,
Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com
sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo
inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas
mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares
dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas
armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as
lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido
a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da
dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha
possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o
país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro.
Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as
crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não
deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando
deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia
seja nossa.
Só nossa! "
quinta-feira, outubro 11, 2007
CHE
Para outros, muitos, foi santo.
Para a minha geração representou a solidariedade para com todos os oprimidos.
Cometeu erros como todos nós. Não reuniu consensos, mas não passou indiferente. Faz tempo que tentaram matá-lo. Não conseguiram.
Para mim, guardo-o na memória, com todo o carinho.
Será sempre El Comandante.
GED
segunda-feira, outubro 08, 2007
quinta-feira, outubro 04, 2007
PORTUGAL NO SEU MELHOR.
Na zona de Sintra a população ganhou no Supremo Tribunal Administrativo uma queixa contra a REN ( rede eléctrica nacional), tendo a esta entidade sido ordenado que suspendesse de imediato as obras para a passagem de uma rede de muito alta tensão.
Qualquer cidadão minimamente informado, sabe que os campos electromagnéticos são prejudiciais à saúde, tendo-se estabelecido uma relação de causa efeito entre os mesmos e diversas doenças conhecidas.
Onde é que tudo isto falha?
Em todo o lado claro.
Primeiro porque sabendo-se disto, jamais uma empresa de um país civilizado colocaria redes em locais com evidentes prejuízos para a população. Segundo porque num país civilizado, uma ordem de um Tribunal é para acatar. O que a REN diz, é que enquanto puder vai recorrer e continua a montar postes.
Terceiro, porque num país civilizado, se as ordens do Tribunal não forem imediatamente cumpridas tem de haver mecanismos, que mesmo que envolvam a força, obriguem os delinquentes a cumprir.
Quarto, porque num país civilizado, o governo em vez de se calar, deveria imediatamente fazer cumprir a ordem, já que se trata de uma empresa pública.
Sem mais comentários, sou eu outra vez a divagar devagar.
A Federação Portuguesa de Futebol, enbandeirou em arco, porque conseguiu reduzir a pena do Snr. Scolari e, ainda pensa que poderá recorrer de novo, com a alegação de que afinal o treinador da Selecção Nacional não tocou no outro atleta e portanto não houve agressão.
O que é que isto faz de nós?
Um país da treta claro.
Os milhões de telespectadores por esse mundo fora, só podem rir-se com o que sai daqui.
Para quem como eu desespera, aconselho vivamente este vídeo do Youtube. Aquece-nos a alma, dá-nos uma réstea de esperança e faz-nos pensar que nem tudo estará perdido. Não comento, para que a surpresa seja maior. Mas que é bom, é!
GED
terça-feira, outubro 02, 2007
FUTEBOL
Já o escrevi, mas volto a dizê-lo. A única maneira de tomar posição é deixar de ir aos jogos.
O espectáculo vive das "estrelas". Se jogarem bem são os melhores do mundo. Se jogarem mal, a culpa é dos treinadores e, nem pensar em ferir as susceptibilidades das prima-donas. Estão psicológicamente mal, atravessam um mau momento e o que é necessário é criar-lhes um clima de tranquilidade. No fim do jogo vêm à televisão dizer que deram tudo, que para a próxima farão melhor e o povo acredita.
Sei que isto mexe com paixões, eu também adoro futebol.
Agora vejamos o outro lado da barricada.
Que margem existe para o erro ou desempenho menos bom, de um polícia, ou arquitecto, ou engenheiro, ou médico ou juíz, ou pedreiro ou... que ganham substancialmente menos?
Nós sabemos o que acontece nestes casos!
Longe de mim estar a defender uma atitude corporativa, e também não defendo óbviamente nenhuma margem de erro para estes profissionais, mas o futebol só será um espectáculo fantástico quando as pessoas perceberem as semelhanças entre os dois tipos de jogos.
Dir-se-á que é mais uma opinião "naif" da minha parte, mas não penso isso.
A desculpa e a irresponsabilização colectivas, nunca nos conduziram nem conduzirão no futuro a nada de bom.
Leiam Nietschze. Está lá tudo explicado.
GED
domingo, setembro 30, 2007
sábado, setembro 29, 2007
sexta-feira, setembro 28, 2007
quinta-feira, setembro 27, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
DESMONTANDO E RECONSTRUINDO A IDEIA DE LUSOFONIA
BIRMÂNIA
quinta-feira, setembro 20, 2007
MOURINHO
Nada mais normal. A vida é feita de ciclos e mesmo o "special one", tem que se conformar e adaptar a estes ciclos.
Num fórum da TSF sobre este assunto, ouvi coisa do género: "ele é um dos melhores treinadores de mundo e fundamentalmente é um dos melhores condutores de homens deste planeta".
Os portugueses são assim. Excessivos. É genético, não há nada a fazer.
Quando amam, amam e, quando odeiam fazem-no com o mesmo ardor.
Não há lugar para cinzentos.
Povo de excessos. Na maior parte das vezes corre mal!.
GED
quarta-feira, setembro 19, 2007
AQUECIMENTO GLOBAL - CLIMATE CHANGING
CHRISTIAN AID
CHRISTIAN AID:
Em 2080, 3.2 mil milhões de pessoas não terão água suficiente.
A subida das águas dos oceanos, afectarão sete milhões de pessoas e, muitos países actuais desaparecerão.
Há povos inteiros, comprando cotas para se deslocarem para outros países.
O pesadelo está aí.
Não serve de nada fingir que não o vemos, como não serve de nada achar que são os governos que têm de fazer alguma coisa. Quer o façam, quer não, está nas nossas mãos dar uma ajuda decisiva.
As cidades devem através dos seus habitantes, começar a pensar em organizar-se e, obrigar os seus responsáveis a participar activamente nesta luta.
segunda-feira, setembro 17, 2007
quarta-feira, setembro 12, 2007
CASO MC CANN
GED
terça-feira, setembro 11, 2007
10 DE SETEMBRO
Em tempos muito distantes ( so far away...) era o primeiro dia de aulas, um mês mais cedo que na Europa, para podermos gozar aquele mês de Março inteirinho! Era também o primeiro dia das chuvas gordas da minha adolescência.
Fica o registo.
Para todos os muanhas, principalmente os mais tementes a Deus, ou no caso presente à D. Cecília.
GED
sábado, setembro 08, 2007
sábado, setembro 01, 2007
sexta-feira, agosto 17, 2007
UM AMIGO MEU
Em boa hora o fez, para que possamos partilhar o tanto que ele tem para dar. No caso presente falo de pintura, já que se trata de um pintor conceituado. Tem poesia à mistura o que só beneficia quem lá entra. Não deixem de visitar. Está assinalado neste meu blog como NECAS.
Divirtam-se.
Um abraço
GED
terça-feira, agosto 14, 2007
HISTÓRIAS DA MINHA VIDA
quarta-feira, julho 18, 2007
RE-LISBOA
domingo, julho 15, 2007
LISBOA
Paulo Portas já morreu há algum tempo e, ainda não se deu conta disso. Hoje morreu mais um bocadinho, ele e o outro de quem não lembro o nome.
Não me interessam de todo as eleições em Lisboa.
Interessa-me sobretudo o funeral repetido ad eternum desta direita bacoca, que teima em nos zumbir aos ouvidos. É sempre um espectáculo confrangedor mas necessário.
sexta-feira, junho 29, 2007
NOS BRILHOS...
Na secreta esperança de que o sol lhe trouxesse alguma alegria.
Sei, mesmo que não o diga, que morre de saudades, do sol, do velho sol tropical, que nos acariciou a pele nos tempos de antigamente.
Um abraço
GED
CONSISTÊNCIA
O Ministro da Saúde é o mais consistente deles todos, já o disse. Cada vez que fala diz asneiras e, alguém vai ter que pôr cobro a isto.
Agora passou muito além das marcas.
A propósito de uma médica que exonerou, disse textualmente numa entrevista à TSF: coitada... não tinha preparação para o lugar!
Está na altura de chamar o Capitão Marvel ou o Super Homem ou outro super herói qualquer
GED
quarta-feira, junho 13, 2007
LUANDINO
Fui convidado para um almoço, onde iria estar Luandino.
Nem pensei duas vezes. Conhecer este homem, era conhecer alguém muito intímo ao longo de toda a minha vida.
Não me arrependi.
Fui encontrar um guerrilheiro "reformado", de bem com a vida e de uma doçura enorme.
Contador de histórias, brindou-nos durante todo o tempo com muitas de encantar ( de amor e riso como ele diz).
Continua a ser para mim, um dos mais brilhantes ficcionistas mundiais.
Um abraço
GED
quarta-feira, maio 30, 2007
PORTUGAL E O FUTURO
sexta-feira, maio 11, 2007
PAZ?
25/04/2007 - 9:42
Livro Retrato da Paz registra história de Angola
Pula” é a forma como o angolano se refere ao branco português. A alcunha carregada de agressividade, resquício do ressentimento pelos colonizadores que exploraram as riquezas naturais da região durante quatro séculos, tem rapidamente o tom hostil substituído por largo sorriso quando o sotaque é brasileiro. O visitante vira convidado.
Foi assim, convidados e também se convidando, que os jornalistas paranaenses Leandro Taques e Julio César Lima, fotógrafo e repórter, se infiltraram por 40 dias em meio à população de Angola no final de 2006 para produzir o livro O Retrato da Paz, recém-lançado em Curitiba e com previsão de chegar a São Paulo e Rio nos próximos meses. Com patrocínio da Petrobras, os dois jornalistas percorreram 6,5 mil quilômetros das 18 províncias que compõem o país, para contar em textos e fotos as histórias do recente pós-guerra angolano.
Encontraram homens feridos por milhares de minas que ainda ocupam a maior parte do território de Angola e impedem o desenvolvimento da agricultura local; viram de perto a miséria que assola o país; visitaram cidades dizimadas pelos combates de três décadas e presenciaram acima de tudo a vontade da reconstrução. “O clima é de arregaçar as mangas. A sensação é de que todos estão unidos para construir um futuro de paz e não deixar mais se repetir a história das últimas gerações”, comentou Taques em entrevista exclusiva ao Estado.