Foi finalmente aprovado pelos Estados Membros o Tratado de Constituição Europeia, o que é diferente de ser aprovado pelos povos que constituem os ditos Estados.
E aqui é que as coisas se começam a complicar, já que os dois referendos feitos correram mal.
Demonstra-se inequivocamente que os povos têm dificuldade na maior parte das vezes, em rever-se nos governantes que têm, ou visto do lado oposto, os governantes não se revêm no povo que os elegeu.
Em Portugal atingiu-se o ponto crítico. Ouvi há dias um comentário estarrecedor, feito por alguém muito dentro da esfera do poder. Dizia esse senhor que era contra o referendo, pois este era muito técnico e muito pouca gente tinha capacidade para o analisar e, portanto estava bem entregue à decisão dos doutos senhores que nos governam. Esta opinião é estarrecedora por dois motivos.
Em primeiro lugar porque continua a vigorar na cabeça desta gente a ideia do povo burro e ficam muito admirados quando o mesmo povo burro os põe a mexer. É verdade que a leitura de um Tratado desta envergadura é muito complexa e que nem toda a gente está preparada para isso. Acredito no entanto que mesmo assim o povo consegue decidir pelo melhor.
Em segundo lugar, tal opinião define com clareza a situação actual, que por acaso não tem nada a ver com este governo. Tem a ver com as forças políticas em geral. Em vez de caminharem ao lado das massas, eventualmente liderando-as, estão completamente dissociados das mesmas.
Esta posição paga-se caro.Qualquer pessoa do povo o sabe. Aparentemente os doutos senhores é que não.
GED
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