Li recentemente este texto de Mia Couto, num blog de uma amiga minha. Já o conhecia, mas valeu a pena relê-lo.
Há ideias fundamentais nele. O lugar comum, " a minha pátria é a minha lingua", torna-se menos prosaico aqui.
A ideia de uma lusofonia saudável, só pode ser feita destruindo (desmontando), tudo o que foi passado, sem conotações colonialistas anteriores ou actuais. A lusofonia não é apenas um estado de espírito, é uma ferramenta absolutamente imprescindível para nos entendermos se for caso disso ou para nos desentendermos, mas mesmo aí saberemos com exactidão o motivo que nos leva a isso.
Digo muitas vezes que só consigo expressar os meus sentimentos mais profundos, na minha própria lingua. Através dela, dizemos muito mais do que a frase encerra.
Não pode haver lugar, principalmente aqui, para o "black ou white power". Nesta zona, como em todas as outras, mas principalmente aqui o que conta é a "united colors".
Além do mais como diz magistralmente Mia Couto, não foram os países africanos de expressão portuguesa que se descolonizaram. Fomos todos, mas infelizmente em toda a pátria de lingua portuguesa, ainda há quem pense o contrário.
É nessa gente que se deve centrar a nossa luta. Combatê-los, trazendo-os para o nosso lado. Como diz um amigo meu, não falemos de lusofonia, falemos apenas e sempre de lusosinfonia.
É que, além do mais em termos estritamente linguisticos, a "mestiçagem" sofrida pela lingua portuguesa em todos os locais onde se fala, tornou-a muito mais rica.
Que se danem os puristas.
GED
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