Ninguém ouve a sombra carregada de pele
Ninguém reconhece
insónias gravadas em carvão
Nem a palidez dos
silêncios incapazes de ruídos
Já restam muitos poucos
beijos
De tantos que andavam por
aí sem destino
Inúteis na beira de
tantos caminhos desconhecidos
Palavras silenciosas, irrepetíveis, nascendo do nada
Já não há quem dance
boleros no meio da estrada
Os vestidos de cetim azul
já não rodopiam ao luar
Talvez num canto
escondido alguém cante as águas de março
Talvez alguém se decida a
plantar beijos nas terras férteis
E os espalhe nas
encruzilhadas dos caminhos de cada um
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