Há ondas que não surfei
E caminhos que não percorri
Montanhas que não escalei
Abraços que deixei por dar
Palavras que não proferi
Peixes que não pesquei
Sonhos que não sonhei
Quartos onde nunca vivi
Tanto mar que não cruzei
Mas os rios estão-me nas veias
Selvagens uns, outros bem calmos
Circulam entre margens ou transbordam
Desaguam onde mais lhes apetece
Ou correm ao contrário, quando em vez
Rios de tantas memórias
Rios velhos, rios novos, sempre rios
Já me habituei ao turbilhão
Apenas me deixo flutuar na corrente
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