terça-feira, maio 11, 2021

MOLDE DA VIDA I



Não posso precisar, mas talvez aos 8 ou 9 anos, o meu pai ofereceu-me uma cana de pesca e um carreto. Com o seu humor habitual foi-me dizendo que a pesca era uma arte, com um anzol de um lado e um parvo do outro.

Ainda assim, foi amor ao primeiro encontro e, nunca mais deixei de pescar. É também uma paixão, assim como o golfe. Tem tudo o que me agrada, o mar e o silêncio. Sou apaixonado pelo silêncio. Apenas eu e o mar, e quando alguém me acompanha, já sabe que nunca haverá grandes conversas dentro do barco.

E não há dias de pesca maus. Ainda que não se pesque nada, o dia será sempre perfeito naquela imensidão liquida.

Mesmo não professando qualquer religião, registo um pensamento anónimo que encerra tudo sobre a pesca: Deus desconta nos nossos pecados, os dias passados a pescar.

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