Tece palavras, como se Penélope nunca tivesse existido.
Rios de palavras, escorrem da ponta dos dedos, e percorrem caminhos inusitados até ao grande mar. Palavras que são foz e nascente, tudo se misturando em nuvens de violentos tons azuis, viajando livres nos céus. Em bandos de poemas ou de prosa cintilante.
Tece palavras no ritmo dos tambores africanos, palavras que dançam e fazem levantar a poeira assente nos sagrados solos.
Palavras que são tchinganges, feitiços, maravilhas desencarceradas do mais fundo das prisões onde estavam aguardando um destino.
E de noite continuam lá, brilhando intensamente aos milhões, no azul profundo do meu céu do sul.
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