O vento ruge vindo de sul, sempre de sul, virando as folhas do meu bloco, impedindo a escrita.
Mesmo as palavras já escritas, são arrastadas por este vento meridião, ficando nas folhas apenas vestígios. Quem ler não vai entender.
Quem ler, pensará apenas que o poeta é louco varrido. Como pode o vento arrastar palavras agarradas nas folhas?
E no entanto, o bloco é imaginário, as palavras também.
O vento esse é bem real, turbulento, circula-me nas veias com uma ferocidade cada vez maior.
E deixa tudo arrasado por onde passa.
Um dia vai-me arrastar também. Rumo ao sul claro.
1 comentário:
Podem ser palavras misturadas, mas são elas e estes sonhos que fazem falta a quem por aqui passa!!!!! Podem ser imaginários, mas transportam-nos para o outro lado…..e aqui está um pedacinho do seu coração!!!! que nunca lhe falte este ingrediente!!!!!!
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