É assim a vida em TERRAMAR, onde dragões e feiticeiras se juntam e contam histórias em que tudo pode acontecer.
domingo, dezembro 30, 2012
segunda-feira, dezembro 24, 2012
sexta-feira, dezembro 14, 2012
ENVELHECER
Há dias li num livro uma frase genial: "envelhecer não é para maricas".
Nada mais verdade. Ser infeliz é um acto de pura cobardia. Procurar no passado remoto os pilares dessa infelicidade, é uma completa inutilidade. Envelhecer é um acto de enorme coragem e na verdade essa palavra já foi abolida pela OMS.
Nos tempos que correm só envelhece quem quer. Apenas se fica com mais idade, e essa nem sempre é encarada da melhor maneira. Se calhar porque se tentam corrigir coisas que não têm correcção possível. Ainda assim, há profissionais que vivem disso.
Nada mais verdade. Ser infeliz é um acto de pura cobardia. Procurar no passado remoto os pilares dessa infelicidade, é uma completa inutilidade. Envelhecer é um acto de enorme coragem e na verdade essa palavra já foi abolida pela OMS.
Nos tempos que correm só envelhece quem quer. Apenas se fica com mais idade, e essa nem sempre é encarada da melhor maneira. Se calhar porque se tentam corrigir coisas que não têm correcção possível. Ainda assim, há profissionais que vivem disso.
quarta-feira, dezembro 05, 2012
CDC
COMUNICADO DE IMPRENSA
A Companhia de Dança Contemporânea de Angola vem por este meio comunicar o cancelamento da sua Temporada de 2012, com início previsto para o dia 1 de Dezembro, por motivos alheios à sua vontade.
As razões desta tomada de medidas, a dois dias da estreia, prendem-se com o facto de ter sido detectada uma fenda grave numa das paredes principais do único teatro existente em Luanda, o Nacional Cine-Teatro (Chá de Caxinde), a qual, segundo a equipa de engenheiros que se deslocaram ao local, poderá ruir, originando o desabamento do tecto.
Não tendo a quem recorrer e sem prever qualquer tipo de indemnização, a CDC Angola sente-se, no entanto, no dever de pedir a compreensão do público e de agradecer aos patrocinadores e parceiros a sensibilidade, a confiança e o apoio demonstrados, comprometendo-se a honrar o seu compromisso tão logo haja condições técnicas para que o trabalho possa ser apresentado, com dignidade artística e o indispensável rigor profissional, o que se espera para o primeiro trimestre de 2013.
Constituindo um momento de profunda consternação e desmotivação marcado por irreparáveis prejuízos materiais e danos morais, para todo o colectivo, a direcção da CDC Angola exorta os seus bailarinos, técnicos e produtor a manter a nobreza e a assumir com coragem mais um revés do qual, apesar de lesados, todos sairão mais fortes.
Dando prosseguimento à sua programação e lamentando que a estreia mundial da peça “Paisagens Propícias” não aconteça em Angola, a Companhia de Dança Contemporânea informa que a irá estrear no estrangeiro, em Janeiro de 2013.
Gabinete de Divulgação e Imagem da CDC Angola, em Luanda, aos 29 de Novembro de 2012
quarta-feira, novembro 21, 2012
SOLIDÃO
Todos os dias passo por ele
Sentado na balaustrada que separa o passeio
Ensimesmado, forjando silêncios
Ar tranquilo, vestido regularmente
Mas sempre parado, olhar distante e vagabundo
Nunca o vi pedir nada
Nunca o vi falar com ninguém
De vez em quando pendura sacos na mão
De comida penso eu
E à noite desaparece sei lá para onde
Ponho-me a imaginar no que pensa
É negro, africano genuíno, magro
Imagino que sonha com calores tropicais
Com os sabores há muito perdidos
E sinto pena, muita pena mesmo
Se calhar sem razão, sou eu que sonho por ele
Mas continuo a sentir pena
E continuo a imaginar que aquele andar desajeitado
E a alma tão enclausurada
São sinais da ausência de si mesmo
Da ausência de um país acolhedor, quente
Do meu país, e do dele também.
GED
GED
terça-feira, agosto 28, 2012
MARGARIDA
E a Margarida não pára de crescer. Sigo atentamente este despertar e não vejo a hora de lhe dizer que estamos todos juntos para o melhor e para o pior.
Mas, este pequenino coração foi fabricado no Sul tropical. Há-de ser resistente, doce, e muito, muito angolano.
GOLF
Um modo de estar na vida. Desporto altamente técnico e obssessivo. A luta permanente connosco, na ansia de melhorar cada vez mais. E este é o momento chave.
"Back-swing" com o braço esquerdo bem esticado, as mãos rodadas no sentido vertical, as pernas ligeiramente flectidas. Este é o momento de não retorno, os olhos fixos na pequena bola branca, cabeça completamente limpa de tudo o que nos distrai no dia a dia. Depois é apenas a rotação harmoniosa e a descida em velocidade pura.
Resta, se tudo correu bem, fixar o voo fantástico e vê-la aterrar no sítio certo, centenas de metros adiante.
Um prazer. A vida devia ser assim também.
domingo, junho 17, 2012
PARA HERÓIS!
Esta semana fui e vim a Dusseldorf. Sem histórias, que a cidade não tem nada de invulgar.
Como sempre aproveitei a viagem de ida e volta para ler. Desta vez, A máquina de fazer espanhóis de Valter Hugo Mãe, um livro extraordinário sobre um tema infelizmente actual na nossa sociedade.
Mas, na verdade o que retive nesta altura em que toda a gente fala de amor e quer explicar o amor, foi uma frase inacreditável que aparece.
"O amor é para heróis"
Tudo dito numa simples frase. E é verdade, absolutamente verdade. Sem cedências, nem caminhos sinuosos.
Com valentia e determinação. Sem pesar prós e contras.
sexta-feira, junho 08, 2012
UMA VIDA
Um poema, uma vida
Tanta tempestade, desalinho, tristeza.
Mas sempre cresceram girassóis nas trincheiras.
GED
Tanta tempestade, desalinho, tristeza.
Mas sempre cresceram girassóis nas trincheiras.
GED
quarta-feira, junho 06, 2012
NOTICIAS DA PWO.
No âmbito da Conferência Internacional “A Educação
Patrimonial e sua Gestão - desafios, estratégias e experiências”, a Companhia de Dança Contemporânea de
Angola, apresenta:
TRAVESSIA
Um espectáculo que nos leva a uma viagem dentro de nós mesmos
e da multiplicidade de “mundos” e de situações em que nos encontramos.
Trata-se de uma travessia através desses ambientes que vamos
percorrendo durante as diferentes fases da vida. Neste percurso
estão os cruzamentos culturais. As memórias. Os diálogos estéticos.
Um percurso entre a vida, a morte, o amor, a amizade e a loucura.
Caminhos de contrastes, de hipocrisia e de simplicidade.
Direcção Artística: Ana Clara Guerra Marques
segunda-feira, maio 28, 2012
CORAÇÃO DO SUL
Alguma coisa de muito importante vem acontecendo. A minha neta, acho eu, tem talvez a coisa mais importante que algum dia terá. Já tem coração. Pequenino, mas batendo ao compasso dos ventos do sul.
Este mesmo coração, que se tudo correr bem e vai correr, nós, a tribo toda, está disponível para ensinar que nele cabem todos, mas mesmo todos os amigos.
Ela não é só a minha neta. É a neta de nós todos, aliás como todos os outros.
E um dia ela vai compreender isso.
sábado, maio 26, 2012
terça-feira, maio 22, 2012
ACORDO ORTOGRÁFICO
Este assunto não é pacífico, nunca foi. E se pensarmos na imensidão de portugueses que estão violentamente contra, e se pensarmos que Angola e Moçambique não ratificaram o acordo, e se pensarmos...
Na verdade, pessoalmente sempre defendi a liberdade da lingua portuguesa evoluir nos diversos países, das mais variadas formas, e sempre defendi que se podiam incorporar umas nas outras naquilo que vão produzindo de melhor.
Este acordo é uma prisão e um ultraje a todos nós que falam a lingua portuguesa nos quatro cantos do mundo. Nenhum brasileiro, português, moçambicano, guineense, S. Tomense, caboverdiano, timorense, deveria sentir-se orgulhoso desta desfaçatez.
Pior do que isso. Ter de ouvir um Presidente da República proferir dislates a propósito disso, é o espinafre em cima do bolo.
Na verdade, na sua recente visita a Timor, declarou públicamente que embora os discursos oficiais fossem segundo o acordo ortográfico, como cidadão continuava a usar o português pré acordo.
A minha pátria é também a minha lingua, e eu não quero de todo emigrar para um país do qual não gosto.
domingo, maio 20, 2012
TRIBO
A minha neta está a caminho. Mais uma para fazer deste planeta, um sítio melhor para viver. Dizem os nossos mais velhos, que não chegam os pais para a criar, é necessário toda a tribo. E eu tenho uma tribo enorme, da qual fazem parte todos os meus amigos.
Todos juntos, esperamos ansiosamente poder ajudar.
PARIS
Estive de novo em Paris. Faz um ano estava lá, e estarei lá de novo no próximo ano. Às vezes com boas memórias , outras nem por isso, mas Paris tem essa coisa estranha de nos lavar a alma. Desta vez Paris estava linda e eu senti-me bem, como há muito tempo não sentia. É esta coisa dos circulos que se fecham e dão início a novos circulos. É isso, deve ser isso. Algures na viagem li o último livro de Sepulveda e do seu amado Sul. Não é o meu Sul, mas como o entendo.
segunda-feira, maio 07, 2012
360
quinta-feira, maio 03, 2012
CONVERSAS REAIS
Por hábito, escrevo conversas imaginárias, cada vez menos confesso, mas esta é real e recente.
Estava há dias com alguns amigos e alguns conhecidos, falando de tudo, e eu manifestei a minha alegria por ter bilhetes para ver o Bruce Springsteen e a Estreet Band.
Um dos conhecidos disse não perceber porque é que eu gostava desse tipo de música.
Ele próprio só gostava de música clássica e em particular de Beethoven.
Calmamente respondi que apreciava mais Rock and Roll, mas que dentro da música clássica também tinha os meus preferidos, sendo o mais dilecto o Ludwig Van.
Pois é disse ele, infelizmente esse não conheço.
Estava há dias com alguns amigos e alguns conhecidos, falando de tudo, e eu manifestei a minha alegria por ter bilhetes para ver o Bruce Springsteen e a Estreet Band.
Um dos conhecidos disse não perceber porque é que eu gostava desse tipo de música.
Ele próprio só gostava de música clássica e em particular de Beethoven.
Calmamente respondi que apreciava mais Rock and Roll, mas que dentro da música clássica também tinha os meus preferidos, sendo o mais dilecto o Ludwig Van.
Pois é disse ele, infelizmente esse não conheço.
quarta-feira, maio 02, 2012
sábado, abril 28, 2012
quinta-feira, abril 26, 2012
ESCONDERIJOS
Escrever, para além do mais é uma forma de fuga.
Escrever, torcer as palavras, desfigurar ideias, criar outras novas, blá, blá, blá.
Na verdade escrever é um esconderijo, de nós próprios e dos outros.
Escrevemos para nos desculparmos das faltas latentes, da descoragem de não ser, dos caminhos que não trilhamos, de tudo o que não fizemos, das miragens que deixamos escorrer entre os dedos.
Irrecuperáveis.
E escrevemos para esconjurar os espíritos.
E o esconderijo é perfeito, porque ainda por cima há gente vivendo a dizer que temos talento.
Ora bolas.
Escrever, torcer as palavras, desfigurar ideias, criar outras novas, blá, blá, blá.
Na verdade escrever é um esconderijo, de nós próprios e dos outros.
Escrevemos para nos desculparmos das faltas latentes, da descoragem de não ser, dos caminhos que não trilhamos, de tudo o que não fizemos, das miragens que deixamos escorrer entre os dedos.
Irrecuperáveis.
E escrevemos para esconjurar os espíritos.
E o esconderijo é perfeito, porque ainda por cima há gente vivendo a dizer que temos talento.
Ora bolas.
quarta-feira, abril 18, 2012
SILÊNCIOS III
Os silêncios cercam-nos como matilhas. Basta saber ouvi-los.
E é nos silêncios, que encontramos tantas vezes o caminho de regresso. Num concerto, num estádio, num simples passeio no parque, em plena guerra, de repente o silêncio instala-se e funciona como um farol de mil navios. Depois, bem depois, basta pegar na alma, alisá-la e regressar.
E é nos silêncios, que encontramos tantas vezes o caminho de regresso. Num concerto, num estádio, num simples passeio no parque, em plena guerra, de repente o silêncio instala-se e funciona como um farol de mil navios. Depois, bem depois, basta pegar na alma, alisá-la e regressar.
domingo, abril 15, 2012
sábado, abril 14, 2012
SILÊNCIOS II
Do outro lado das palavras existem silêncios ainda sem nome.
No avesso do avesso, apenas o ruído de asas soltando risos, nos rumos do sul.
Atravessando nuvens apenas liquidas, sem qualquer encanto.
E no entanto as palavras ganham contornos inesperados.
Em cada movimento, em cada respiração o coração acelera e a alma dispara.
sexta-feira, abril 13, 2012
SILÊNCIOS I
Cada vez mais aprecio silêncios. De todos os tons.
Em cada um há um ruído peculiar, que merece ser longamente escutado.
Ouvir o ruído do bater do coração no meio da noite, na altura em que a pele se desdobra e o corpo parece ocupar o azul infinito.
Mas o silêncio maior, que me envolve como uma manta velha que guardo e não quero jogar fora, acontece em intervenções de grande risco.
Aí, tudo deixa de existir, e apenas um enorme silêncio transbordante, me isola do mundo exterior. Não há espaço para amores e desamores, ódios e querelas, as cores desaparecem e tudo tudo fica desfocado.
Apenas eu existo.
E por mais que isso seja o meu dia a dia, no fim fica sempre uma tristeza enorme por ter de abandonar o meu casulo e regressar à vida real.
MOLESKINE
A minha filha ofereceu-me uma agenda Moleskine.
Todo o artista tem de ter uma, disse ela. Fiquei boquiaberto.
Embora ela pense que sim, que eu sou um artista, eu não faço o género de pobre menino rico, que não consegue ser feliz se não for artista ou intelectual, ou se viajar muito.
Contento-me em perseguir o que a vida tem de melhor, e isso só em viagens interiores nem sempre bem sucedidas.
Mas, como este post é para ela, quero dizer-lhe que fiquei muito feliz com a oferta e dar-lhe um conselho.
Artista é aquele que consegue navegar na vida, aproveitando os ventos de feição e ainda que o barco corra o risco de naufragar, vale a pena continuar a navegar. É certo que se perdem companheiros e companheiras de viagem no caminho, mas esse é o preço que todos temos de pagar.
E desistir, não é palavra que possa constar no dicionário interior.
Beijo
Todo o artista tem de ter uma, disse ela. Fiquei boquiaberto.
Embora ela pense que sim, que eu sou um artista, eu não faço o género de pobre menino rico, que não consegue ser feliz se não for artista ou intelectual, ou se viajar muito.
Contento-me em perseguir o que a vida tem de melhor, e isso só em viagens interiores nem sempre bem sucedidas.
Mas, como este post é para ela, quero dizer-lhe que fiquei muito feliz com a oferta e dar-lhe um conselho.
Artista é aquele que consegue navegar na vida, aproveitando os ventos de feição e ainda que o barco corra o risco de naufragar, vale a pena continuar a navegar. É certo que se perdem companheiros e companheiras de viagem no caminho, mas esse é o preço que todos temos de pagar.
E desistir, não é palavra que possa constar no dicionário interior.
Beijo
quarta-feira, abril 11, 2012
SILÊNCIOS
Agonizam em silêncios desbocados de fim de tarde.
Inventam peles de deitar fora.
Disfarçam vidas, como se fosse possível pendurá-las num qualquer varal, debaixo do glorioso sol de cada manhã.
Desabotoam a alma lentamente, um botão de cada vez, e afinal a grande escuridão adiante permanece imóvel.
Um segredo. Basta apenas viver.
GED
domingo, abril 08, 2012
SUN TZU
Nunca inicies uma guerra, sobretudo se não a podes ganhar. Além do mais, a paz é um bem perecível e valioso.
Mas, se o teu inimigo te obrigar a isso, convoca os teus melhores exércitos, chama os teus melhores generais e, toma decisões sensatas.
Sobretudo ataca-o onde ele não espera.
As tuas probabilidades de êxito aumentam substancialmente.
GED
segunda-feira, março 26, 2012
CHARCOS
Um dia, um ano, uma vida.
Uma eternidade de silêncios desbotados, comprometento os tons de azul.
Desmedida usura de palavras sem som, sem sentido, sem nada.
Apenas o vazio que fica nas nódoas de uma escrita arrogantemente efémera.
Charco onde se atolam quotidianos minúsculos, de improváveis tecelões de futuros.
quarta-feira, março 14, 2012
VENTOS?
O vento ruge vindo de sul, sempre de sul, virando as folhas do meu bloco, impedindo a escrita.
Mesmo as palavras já escritas, são arrastadas por este vento meridião, ficando nas folhas apenas vestígios. Quem ler não vai entender.
Quem ler, pensará apenas que o poeta é louco varrido. Como pode o vento arrastar palavras agarradas nas folhas?
E no entanto, o bloco é imaginário, as palavras também.
O vento esse é bem real, turbulento, circula-me nas veias com uma ferocidade cada vez maior.
E deixa tudo arrasado por onde passa.
Um dia vai-me arrastar também. Rumo ao sul claro.
domingo, março 11, 2012
A BICICLETA QUE TINHA BIGODES
Ondjaki é sempre surpreendente. E para nós angolanos, que já fomos meninos e que já andamos pelas mesmas ruas dessa pátria tão amada, cada livro dele leva-nos de volta.
Este novo tem um prefácio de pessoas que eu conheço pessoalmente. O tio Rui, escreveu um livro mágico, "Quem me dera ser onda".
- Tio Rui, posso falar dos restos de letras que a tia Alice tira do teu bigode à noite?
- Podes.
- Não vão querer vir na nossa rua roubar a caixa de letras?
- Não. Ninguém vai acreditar.
Sobrinho
Claro que podes que ainda a rua já é a mesma outra de nome mudado e tudo, não se pode mais jogar futebol, nem ouvir pássaros, nem sapos, é só o engarrafamento dos jipaços, parecem estilhaços das sirenes do cimento bem armado de mãos nos bolsos dos calos dos sapatos. Podes, com palavras pode-se mesmo traduzir a voz do silêncio. Com bigodes e a fazer de guiador de uma bicicleta que desce para cima sem travões. Podes, sim senhor, falar dos restos de letras que, felizmente andamos a semear. Katé!
Tio Manuel também Rui.
Este novo tem um prefácio de pessoas que eu conheço pessoalmente. O tio Rui, escreveu um livro mágico, "Quem me dera ser onda".
- Tio Rui, posso falar dos restos de letras que a tia Alice tira do teu bigode à noite?
- Podes.
- Não vão querer vir na nossa rua roubar a caixa de letras?
- Não. Ninguém vai acreditar.
Sobrinho
Claro que podes que ainda a rua já é a mesma outra de nome mudado e tudo, não se pode mais jogar futebol, nem ouvir pássaros, nem sapos, é só o engarrafamento dos jipaços, parecem estilhaços das sirenes do cimento bem armado de mãos nos bolsos dos calos dos sapatos. Podes, com palavras pode-se mesmo traduzir a voz do silêncio. Com bigodes e a fazer de guiador de uma bicicleta que desce para cima sem travões. Podes, sim senhor, falar dos restos de letras que, felizmente andamos a semear. Katé!
Tio Manuel também Rui.
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
Fausto: "Velas e navios sobre as águas"
Fausto publicou há 28 anos, o melhor album de música portuguesa de sempre, "Por este rio acima". Alguns anos depois, juntou-lhe "Crónicas de uma terra ardente".
Finalmente este ano terminou a trilogia, publicando este album incrível, "Em busca das montanhas azuis".
Um retrato da grande epopeia dos Descobrimentos, que orgulha qualquer um de nós.
Retirei esta música do album.
Apreciem-na
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
HOJE
As horas dobram-se com lentidão desesperante.
A noite não desabotoa o casaco escuro que habitualmente veste. Nem nenhuma madrugada se vem cravar no sítio habitual.
Apenas eu e a noite teimamos nesta insónia devastadora, que pagaremos mais cedo ou mais tarde.
Revejo o último livro que me ofereceram, "a bicicleta que tinha bigodes", do meu amigo Ondjaki.
Esteve no Porto, juntamente com outro amigo, Luandino Vieira e eu não pude estar com eles.
Onde estarão agora?
Não sei porquê, mas esta devia ser mais uma noite vulgar, de serviço nos Cuidados Intensivos. Mas não é!
quarta-feira, fevereiro 01, 2012
segunda-feira, janeiro 16, 2012
GELO
terça-feira, janeiro 03, 2012
MUNDO
Mundo de afectos e desafectos, ainda que raros, correndo em desfilada.
Estendem-se almas, tentando captar um raio de sol que seja, enquanto andorinhas tecem músicas nos fios de metal.
O mais importante contudo é sobreviver.
Instintos básicos dirá quem sabe. Não importa quanto caminho para fazer, debaixo de tanta nuvem escorrendo dos céus.
Estendem-se almas, tentando captar um raio de sol que seja, enquanto andorinhas tecem músicas nos fios de metal.
O mais importante contudo é sobreviver.
Instintos básicos dirá quem sabe. Não importa quanto caminho para fazer, debaixo de tanta nuvem escorrendo dos céus.
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