
Em cada um há um ruído peculiar, que merece ser longamente escutado.
Ouvir o ruído do bater do coração no meio da noite, na altura em que a pele se desdobra e o corpo parece ocupar o azul infinito.
Mas o silêncio maior, que me envolve como uma manta velha que guardo e não quero jogar fora, acontece em intervenções de grande risco.
Aí, tudo deixa de existir, e apenas um enorme silêncio transbordante, me isola do mundo exterior. Não há espaço para amores e desamores, ódios e querelas, as cores desaparecem e tudo tudo fica desfocado.
Apenas eu existo.
E por mais que isso seja o meu dia a dia, no fim fica sempre uma tristeza enorme por ter de abandonar o meu casulo e regressar à vida real.
1 comentário:
Gosto demasiado do seu texto... do que me faz sentir quando o leio …emocionei-me muito com a sensibilidade das palavras e da imagem e confesso que algumas lágrimas caíram ...
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