Hoje, por todo o mundo ou quase, os nossos velhos estão sendo maltratados, empurrados para a periferia da vida.
Quando já não servem, depositam-se nos lares, a maior parte deles sem condições e faz-se por esquecê-los. Quando morrem, umas lágrimas e pronto assunto encerrado.
Mas alguém já parou para pensar?
Quantos rios correm nas rugas das faces deles?
Quanto chão já palmilharam neste mundo sem Deus?
Que amores e desamores se escondem por trás do olhar baço?
Acreditaram como nós, em feitiços e magia e girassóis azuis e sonharam?
Quando se pensa em tudo isso, a vontade vacila e as lágrimas embaciam os nossos próprios olhos.
É que quando morre um velho, é como se ardesse uma biblioteca inteira.
6 comentários:
Se muitas pessoas fizessem esse questionamento as coisas poderiam ser bem diferentes.
Quando penso nos dissabores da velhice eu me pergunto: É justo plantar sementes doces e colher frutos amargos?
bjs
Nunca é fácil aceitar a morte de alguém e a nossa cultura constrói-se em cima do pressuposto básico da “Vida acima de tudo” e os profissionais de saúde aprenderam que devem fazer de tudo para deixar as pessoas vivas e nunca contribuir para a morte de alguém.
Sem querer entrar em questões religiosas, nem éticas: eu acho que com tanto conhecimento e tanta investigação está-se a prolongar demasiadamente a vida, o que a torna vegetativa, sem condições, sem afectividade, sem carinho; os nossos velhos, grandes sábios, trabalhadores em tempos, muitas vezes sacrificados, estão agora, depositados, como lixo, em salas cheias de iguais, humilhados: com fraldas, em cadeiras de rodas, com babetes, piores que bebés…. Isto é vida?
Não pode ser isso que a ciência nem a humanidade nem a própria sociedade quer. Por favor, dêem-lhes alguma qualidade de vida, mas vida saudável, com dignidade, com amor, atenção e algum carinho….. este é um problema que não tem solução fora da família; pelo que tudo devia ser pensado em função da família, pois é em família que todos somos feitos…….
Essa visão tem um substracto muito duro. Muitas vezes pensamos nisso. Mas o médico sempre se sobrepõe ao homem racional.
Beijo Luna
Como disse Cora Coralina, não tenho medo de envelhecer, tenho medo de ficar velha. São duas situações bastante distintas.
beijo.
BF
Eu não tenho medo de ficar velho. Tenho medo de ficar velho e doente.
Beijo
Medo de ficar velho? Mas medo de dar trabalho, ficar sem energia, dependente, de voltar a ser criança…..da solidão…..
As famílias de amanhã ou se aposentam muito tarde ou não têm tempo....!
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