segunda-feira, julho 05, 2010

DAPANDULA

Com um ruído de fechar asas
Pousou sereno no beiral da casa
Absolutamente negro
Temperado em forjas de luz
Olhos de fogo fixos em mim
Planou sobre o meu rio
Observou atento, gestos e decisões
Voou para o meu braço
Cravando mansamente as garras
Num tempo de encantamento
Redondo, cristalino, ficamos imóveis
Uma gota de sangue explodiu no chão
Duas asas negras
Elevaram voos, acima do horizonte
Nos rumos de outro beiral.

GED

3 comentários:

Bípede Falante disse...

Muito bonito.
Zonguinha

Mínimo Ajuste disse...

Na verdade, muito muito bonito.

Alice Almeida disse...

"Dapandula", Henrique!
Beijinhos
Alice Almeida