Hoje recebi um recado da minha nora, directamente da Baía Azul:
"Não anda a escrever muito no blog sobre Angola, está a falhar meu irmão :p . já para não falar da poesia que não escreve hà 2 meses!"
É verdade. Vou falar mais o quê da minha terra? De como eu gosto dela toda a gente já sabe. Das saudades imensas? Também toda a gente já sabe.Da lingua? Dessa sim , quando já a minha nora me trata por meu camba. A lingua portuguesa é uma lingua mestiça e tem sido nessa mestiçagem da lusofonia que se tem tornado mais rica, mais colorida. Que se danem os puristas.
A propósito desta riqueza, hoje vinha a ouvir como habitualmente a TSF. Dizia um fulano, que a gripe associada à crise, iria trazer fortes quedas no mercado das agências de viagens. Por isso estavam já a apostar no mercado "incoming", mais que nos projectos "outgoing". E tinham até inventado os "weekends gift".
Apenas me apraz dizer, com a nossa riquissima lingua: "this is a merdouing way of comunication".
Abraços
GED
"Não anda a escrever muito no blog sobre Angola, está a falhar meu irmão :p . já para não falar da poesia que não escreve hà 2 meses!"
É verdade. Vou falar mais o quê da minha terra? De como eu gosto dela toda a gente já sabe. Das saudades imensas? Também toda a gente já sabe.Da lingua? Dessa sim , quando já a minha nora me trata por meu camba. A lingua portuguesa é uma lingua mestiça e tem sido nessa mestiçagem da lusofonia que se tem tornado mais rica, mais colorida. Que se danem os puristas.
A propósito desta riqueza, hoje vinha a ouvir como habitualmente a TSF. Dizia um fulano, que a gripe associada à crise, iria trazer fortes quedas no mercado das agências de viagens. Por isso estavam já a apostar no mercado "incoming", mais que nos projectos "outgoing". E tinham até inventado os "weekends gift".
Apenas me apraz dizer, com a nossa riquissima lingua: "this is a merdouing way of comunication".
Abraços
GED
4 comentários:
A Sara, pelos vistos, está aproveitar e muito bem a sua estada em Angola...Já descobriu a Baía Azul...está mesmo no bom caminho. Trata-te por meu irmão e meu camba... e que tem de mais tratar-te por meu camba? Ela, é certamente mais uma amiga tua e deduzo que o termo, que desconheço, infelizmente, só poderá traduzir um sentimento de amizade, carinho ou algo por aí. Espero que não signifique meu velho...porque nesta altura do campeonato, meu velho ou cota, era capaz de ser um pouco forte. Velho eu? Cota? (questionarias tu) É mesmo o que me faltava! Pelo menos é isso que eu sinto. Velho? (cota, nem se atrevem) Mas, mais tocado me sinto, quando me chamam gordo! Forte ainda vá que não vá! Agora gordo! Este pessoal tem cada uma...
Quanto a meu irmão, só por si, revela bem o carinho, amizade e o à vontade dela. Aproveito para lhe desejar as maiores felicidades e que, ao passar pela Caota, Caotinha e Alexandrino, se lembre de mim e de outros que ali adorariam estar. Ah! Que não se esqueça também do Imbondeiro!
Estou de acordo com a Sara quando diz que andas a escrever pouco, e que andas algo arredado da poesia, será do calor? Por falar de boa escrita, onde pára a Maria de Lurdes?
Estou a dever-lhe uma ou outra resposta que não tenho conseguido dar, não sei muito bem porquê. Não quero que leve a mal esta mudez, trata-se simplesmente de um daqueles ataques de preguiça...há-de passar, estou certo.
Mas, posso assegurar, não tenho preguiça de ler aquilo que escreve.
Tu, Henrique, não falas agora (tanto) da tua terra, por causa do calor. O calor que esta terra te dá é que faz com que te “esqueças” de lá...deixa passar o Verão!
Também estou de acordo contigo em relação à invasão de estrangeirismos na língua portuguesa. É tanta e tão grande a carrada de anglicismos aplicados na conversação do dia a dia, principalmente a nível profissional, que já começo a sentir saudades dos velhinhos galicismos.
P.F. Chega de “ing’ismos”.
(Creio que não vamos ter a Maria de Lurdes de acordo.)
Abraços
Fernando Marta
Ora viva, Fernando. Pensei que estava desaparecido em combate. Vença lá essa preguiça e venha à liça terçar armas. Eu sei que deve estar a odiar-me, por causa da proposta indecente que lhe fiz: escrever uma ária de ópera. Isso não se faz nem ao inimigo, mas foi uma brincadeira. A minha ausência tem sido devida a um "excessivo" excesso de trabalho. Além disso, tenho andado à chapada com a Internet e, na contenda, tenho saído derrotada.
Para seu deleite quando me lê (que pretensiosismo da minha parte!), aqui vai a minha opinião sobre os "ing´ismos" e, surpresa!, estou completamente de acordo. Mal li o que o dr. Henrique escreveu, disse logo cá para mim: "rais os parten" mais a mania dos anglicismos (ler a frase com pronúncia alemã, os erres rolados e o en final quase mudo). Acho que esta moda, que, se calhar, veio para ficar, é um traço da subalternidade que nos caracteriza, pois achamos que o que é estrangeiro/inglês/americano é que é bom, ao contrário dos ingleses, que usam à exaustão a expressão "Buy British" e desdenham de tudo o que é estrangeiro, mesmo europeu. A actual proliferação de léxico inglês parece-me snobeira bacoca e provinciana. De facto, nenhum político, para além de ser actor principal na silly season, dispensa um briefing, debita soundbites e gosta de feedback; os economistas elaboram chartflows e budgets; nas escolas assiste-se ao bullying; os comentadores fogem do mainstream; os técnicos fazem uso do background científico e preconizam upgrades; os turistas fazem check in e check out; temos os tristes reality shows quotidianos, pindericamente embelezados com falso glamour; até eu me sinto uma outsider num blog de amantes de África, continente que não conheço. Curiosamente, tem escapado uma expressão que, por acaso, me arrepia: a "janela de oportunidades", muito usada no mundo dos negócios. Será que eles querem dizer "porta de oportunidades para negócios pouco claros"?
Estou convencida que a estrutura de uma língua é o reflexo do carácter do povo que a fala. Por exemplo, a língua alemã é bem estruturada, disciplinada, onde todos os elementos têm um lugar próprio, e o vocabulário é construído com toda a lógica. O carácter do povo alemão reflecte esta organização, rigor e disciplina, o que os torna trabalhadores e elevou a Alemanha a um patamar de nível económico altíssimo vinte anos após a destruição maciça sofrida na II Guerra Mundial (não nos deixemos condicionar pelos despóticos dirigentes alemães dos últimos cem anos).
Já nós, com uma língua riquíssima, derivada das belas línguas clássicas, latim e grego, mas de estrutura aleatória, quase caótica, somos isso mesmo, menosprezamos o rigor mas privilegiamos o desenrascanço. Conheci estrangeiros aprendentes de português, que se espantam que consigamos entender-nos com uma tal língua, em que, por exemplo, usamos um tempo do presente, ou até do passado, para exprimir o futuro, ou colocamos os complementos e os pronomes onde nos apetece, com a consequente ambiguidade semântica.
Agora que o carjacking e o homejacking estão em pujança neste país tramated (trameitid), estamos quase todos lixated.
Um abraço.
Maria de Lurdes.
Por falar de velhos, cotas e quejandos, cabe aqui aplicar o cliché "Velhos são os trapos". Conhecendo eu a juventude de hoje como a conheço, com quem lido todos os dias, o epíteto de velho funciona como elogio. Se calhar, na nossa juventude éramos como eles, irreverentes, rejeitando os ideais e modus vivendi dos mais velhos, mas tínhamos outros valores e ideais muito nossos, acreditávamos que poderíamos mudar o mundo. Hoje não é assim, os jovens são amorfos, estão interiormente desmotivados, não enxergam objectivos de vida que os possam impelir para a frente. Provavelmente também temos nisso a nossa quota-parte, a geração rasca é antes uma geração à rasca, como todos reconhecem.
Se o Fernando vivesse no séc. XIX haveria de gostar que lhe chamassem gordo, visto que então "Gordura é formosura". O dr. Henrique, por razões profissionais, não concordará, e a sociedade actual, por razões estéticas, também não. Responda a isso com um anglicismo: "What the heck!", que significa em bom vernáculo "Que se lixe!" Mas vá tratando disso, para não contribuír para o défice dos serviços de saúde (olha quem fala, eu deveria fazer o mesmo).
Um abraço.
Maria de Lurdes
Na minha primeira visita a angola e como seguidor fiel do seu blogg ofereço-lhe este trabalho....
titulo-"Sobrevivência"
Procuras no lixo a tua sobrevivência e ninguem se preocupa com a tua existência.
Gabam-se alguns da sua inteligência.
Apanhas do chão uma carcaça e com olhar de campeão ergues a taça.
Soltas uma gargalhada e confundem-te com um louco,esquecem-se que do que é deles só queres um pouco.
Cravas um cigarro que te aumenta o catarro, perdes vida e continua a sangrar a tua ferida.Carregas habitos e vicios e acabas por te estragar e ninguem te consegue salvar.
Optas por um estilo de vida que ninguem quer mudar.
Procuras no lixo a tua existência e nas mãos do mundo a tua sobrevivência......
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peço desculpa se por acaso for acompanhado por algum erro ortográfico.......
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