Poema sem margens
Transbordando alucinações
Pirilampos indecisos
Boiando na noite
Silêncio das pedras ainda quentes
Vapores, flutuando madrugadas.
Lágrimas de chuva
Na pele nua
Olhos azuis brilhando desejos
Em cada estrela do céu
Ritmo frenético do louvadeus
Sismando passos firmes
Encharco-me de tardes
    Malmequeres só de bem querer
    Rios deslizando bagres
    De cor púrpura
      Virgens parindo ternuras
       Pairam no ar borboletas azuis
       Chão estremecido de calores
  Loucos cultivando sonhos
Olhares distantes da demência
Raios de luar
Cravados no chão adiante
Crianças felizes abraçando confortos
Sem margens.
GED
3 comentários:
Não é só o Ondjaki que faz poesia...! Gostei muito.Gostei de "me encharcar de tardes".
Um grande abraço
Manel
P.S
Vai ao teu post Opiniões, tens lá a minha resposta.
O imaginário não tem limites.
Começa este poema com duas belíssimas frases :
"Poema sem margens
Transbordando alucinações"
Continuando a sua leitura , com toda a profundidade, conseguimos " ver" o que o autor nos quer transmitir.
Parabéns por mais este poema Henrique
Bjs
Obrigado minha amiga.
Bjs
Henrique
Enviar um comentário