Não se pode ver para além do horizonte
Não sabemos quanta estrada há pela frente
Quanto caminho há para andar
Se faremos a viagem juntos ou sózinhos
Quantos ficaram para trás ou desistiram
Não sabemos quantos resistem nos seus sonhos
Nem quntos são felizes ou infelizes
Quantos vivem enredados em teias de tristeza
Quantos acariciam o sol de cada manhã
E se deitam com a certeza de dias bem vividos
Não se pode ver o que ainda não aconteceu
Mas pode-se viver como se já tivesse acontecido
Resistindo com alegria, como se o dia fosse o último
Suavizando a descida ingreme das ladeiras
Buscar forças para as montanhas perfiladas adiante
Sorrindo ao vento agreste que às vezes nos fustiga
Ajuda pensar em todos os que gostam de nós
E naqueles que moram no lado esquerdo do peito
Fazer coragem para todos os que decidiram
Ir até ao fim da viagem, juntos connosco
Porque o que verdadeiramente importa não é a chegada
É a alegria transbordante das maravilhas e milagres
Desta imponderável e longa viagem