É assim a vida em TERRAMAR, onde dragões e feiticeiras se juntam e contam histórias em que tudo pode acontecer.
sexta-feira, outubro 29, 2021
quinta-feira, outubro 28, 2021
COSTURAR FUTUROS
Há sonhos e projectos, os mais diversos
Que não merecem o exilio
Que não merecem a infelicidade calada do esquecimento
Devia ser possível costurar os seus futuros
Cerzi-los com a linha do horizonte
Poupá-los à humilhação de um qualquer purgatório.
quarta-feira, outubro 27, 2021
terça-feira, outubro 26, 2021
Paulina Chiziane vence Prémio Camões 2021
quarta-feira, outubro 13, 2021
ALICERCES DO MUNDO
Neste planeta, publica-se um livro a cada dois minutos, 30 livros por hora, 720 por dia, 21600 por mês, 259.200 por ano.
Há uma impossibilidade física para qualquer cidadão, ainda que leia incessantemente, de abarcar todo o conhecimento produzido. Há portanto uma ignorância massiva em relação ao que a humanidade produz.
Pior do que isso, não há como reverter tal problema. Pessoalmente, contento-me com a pequena parte que me toca. Talvez assim, consiga colocar uma pequenina pedra nos alicerces do mundo.
quinta-feira, outubro 07, 2021
LAMBARENA
quarta-feira, outubro 06, 2021
"ICONOCLASTAS" E IGNORANTES
Dois excertos do extraordinário livro de Irene Valejo, "O infinito num junco", para esclarecer os ignorantes que acham que queimar livros ou alterá-los, para que sejam mais políticamente correctos, vai alterar o curso da História. De uma assentada mostram a sua imperdoável ignorância, e a sua estrutura mental profundamente racista. Explodir os Budas, alterar obras primas, incendiar bibliotecas, querer danificar os monumentos dos Descobrimentos, é um acto ciclíco ao longo da História quase sempre alicercados em ignorantes, bárbaros a quem a cultura não diz nada e mostra-nos que há ainda um longo caminho a percorrer.
"Falemos por um momento de si, que lê estas linhas. Neste momento, com o livro aberto entre mãos, dedica-se a uma actividade misteriosa e inquietante, embora o hábito o impeça de se surpreender com aquilo que faz. Pense bem. Está em silêncio, a percorrer com o olhar filas de letras que fazem sentido para si e lhe comunicam ideias independentes do mundo que o rodeia neste momento. Retirou-se, para dizê-lo de alguma forma, para uma divisão interior onde lhe falam pessoas ausentes, fantasmas visíveis apenas para si e onde o tempo passa ao ritmo do seu interesse ou entendimento. Criou uma realidade paralela, uma realidade que só depende de si. Você pode, em qualquer momento, afastar os olhos destes parágrafos e voltar a participar na acção e no movimento do mundo exterior. Mas, entretanto, permanece à margem, onde escolheu estar. Há uma aura quase mágica em tudo isso."
" No caso da antiga Jugoslávia, arrasar o passado era uma finalidade de ódio étnico. Desde 1992 até ao fim da guerra, 188 bibliotecas e arquivos sofreram ataques. Um melancólico relatório da Comissão de Especialistas das Nações Unidas estabeleceu que na ex-Jugoslávia houve uma « destruição intencional de bens culturais que não se pode justificar por necessidade militar». Juan Goytisolo, que viajou à capital bósnia respondendo ao chamamento de Susan Sontag, escreveu no seu caderno de Sarajevo: « Quando a Biblioteca ardeu, fruto do ódio estéril dos lançadores de misseis foi pior do que a morte. A raiva e a dor daqueles instantes perseguir-me-ão até ao tumulo. O objectivo dos sitiadores - varrer a substância histórica desta terra para montar sobre ela um templo de patranhas, lendas e mitos - feriu-nos profundamente.»
terça-feira, outubro 05, 2021
TINTIM E ASTERIX
No Canadá, foram queimados em diversas escolas, livros do Tintim e Asterix por alegadas ofensas contra indigenas.
Tal como a palavra "nigger", foi retirada dos livros de Mark Twain.
Eu não chamaria a esta gente de iconoclastas, quando são apenas o máximo da burrice humana metidos a intelectuais. Não compreendem que a História é o que é, com todos os seus erros e virtudes e a vã tentativa de apagar esses erros, ainda os torna mais visíveis.
Que diria Leonard Cohen se fosse vivo? Provávelmente não diria nada e pediria para mudar de nacionalidade, já que se sentiria envergonhado de ser canadiano.
Vivemos tempos miseráveis, em que o que conta é a visibilidade mediática a qualquer preço, e em que as redes sociais exibem a real quantidade de idiotas por esse mundo fora, porque não é só no Canadá que as coisas acontecem e não é só agora. A Biblioteca de Alexandria foi destruida pelas mesmas razões. Ao longo dos séculos isto foi acontecendo recorrentemente, apenas com menos visibilidade do que agora.
A ignorancia e a burrice, actualmente e de forma progressiva, tem vindo a tornar-se moda e um modo de estar na vida muito conceituado. Até quando?