Nestes dias, tem-se falado insistentemente de morte. A pandemia tem ceifado muita gente.
Por defeito de profissão, talvez, desde muito cedo me habituei a encarar a morte de uma forma muito natural, sem grande sofrimento, já que de uma maneira ou doutra acontecerá a todos nós.
Aquilo que me traz verdadeiramente sofrimento, permanente, doloroso, sem remédio, é a ausência.
Saber que nunca mais poderei partilhar a companhia, trocar ideias, ou simplesmente estar, mexe no mais fundo de mim.
Saber que a ausência é definitiva, seja de alguém próximo, família, estranhos que sempre foram importantes para mim, que janais poderei ouvir coisas novas de Jobim, que Gabriel Garcia Marquez nunca mais me surpreenderá, que nunca mais poderei trocar conversa, carinho, ou brincadeiras com o meu irmão, que jamais ouvirei as vozes dos meus pais, isso sim traz-me sofrimento permanente e uma enorme sensação de impotência.
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