ERAN LAS CINCO EN PUNTO DE LA TARDE
Há uma parede cá dentro que me
impede e me proteje.
Como um velho navio fantasma, há
muito ancorado nos fundos silenciosos.
O barro de que sou feito, veio
das estrelas e vibra no latejar de cada manhã.
Como se fosse a última.
Como se em algum momento
inevitável Penélope deixasse de tecer o fio da vida.
Ocorre-me um poema de Lorca: “eran
las cinco en punto de la tarde. Ya luchan la paloma e el leopardo”.
No meu mundo, o leopardo nunca
vencerá. Nem a pomba.
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