É assim a vida em TERRAMAR, onde dragões e feiticeiras se juntam e contam histórias em que tudo pode acontecer.
quarta-feira, novembro 30, 2011
terça-feira, novembro 29, 2011
Yiruma - Kiss The Rain (Full Version)
KISS THE RAIN
Lembro-me que chovia no meu passado
Grossas gotas, mornas, acolhedoras
Cada uma me lambuzando a face e os lábios
Em suaves beijos de amor primeiro
Lembro-me de imaginar ser tudo possível
Mirando-as a engrossar a correnteza
Vendo-as partir nos rumos de outras vidas
Com a certeza de que regressariam de novo
Imaginava que me trariam notícias de lá
Lembro-me de as ver chegar em cada ano
As mesmas chuvas que eu tinha beijado
Incessantemente prisioneiras entre a nuvem e o charco
Brilhando em tons de azul sob o sol tropical
Lembro-me que chovia no meu passado
E eu imaginava que tudo era possível.
Lembro-me que chovia no meu passado. Grossas gotas, mornas, acolhedoras, cada uma me lambuzando a face e os lábios, em suaves beijos de amor primeiro. Cristais líquidos escorrendo no pano da tarde. A terra vermelha fumegava cios. Lembro-me de imaginar ser tudo possível, mirando-as a engrossar a correnteza, vendo-as partir nos rumos de outras vidas com a certeza de que regressariam de novo. Imaginava que me trariam notícias de lá.
Lembro-me de as ver chegar em cada ano, as mesmas chuvas que eu tinha beijado, gotejando beirais, incessantemente prisioneiras entre a nuvem e o charco, brilhando em tons de azul e vermelho sob o intenso sol tropical.
Lembro-me que chovia no meu passado, e eu ainda imaginava que tudo era possível.
segunda-feira, novembro 28, 2011
VIDA
Latejam-me as veias
Por onde circulam palavras de impaciência
Em cadências loucas de ritmos distantes
Vincando rugas mágicas na pele da alma
Oceanos de luz invadem-me em golfadas
Noites e dias explodindo perto de mim
Mil sóis vagabundos penetram-me o corpo
E tremo sozinho febres de tanto esperar
Ainda assim, latejam-me as veias
No ritmo de tantas inquietas solidões
Arrisco-me nas profundezas do grande mar
Apalpando às cegas cada onda que passa
Procura incessante de outras solidões iguais
Ateio labaredas nos céus de cor violeta
Voo entre elas no dorso dos mais velhos dragões
E convoco todos os feiticeiros disponíveis
Latejam-me demasiado as veias
De imaginar tanta vida para palmilhar ainda
E tanto desencontro no caminho em frente
Por onde circulam palavras de impaciência
Em cadências loucas de ritmos distantes
Vincando rugas mágicas na pele da alma
Oceanos de luz invadem-me em golfadas
Noites e dias explodindo perto de mim
Mil sóis vagabundos penetram-me o corpo
E tremo sozinho febres de tanto esperar
Ainda assim, latejam-me as veias
No ritmo de tantas inquietas solidões
Arrisco-me nas profundezas do grande mar
Apalpando às cegas cada onda que passa
Procura incessante de outras solidões iguais
Ateio labaredas nos céus de cor violeta
Voo entre elas no dorso dos mais velhos dragões
E convoco todos os feiticeiros disponíveis
Latejam-me demasiado as veias
De imaginar tanta vida para palmilhar ainda
E tanto desencontro no caminho em frente
TALVEZ
Talvez
A vida não seja apenas estilhaços
E não seja tão duro crescer
Dançando sempre num baile de cicatrizes
Talvez
Haja um tempo de sorrir à morte
Fitar a fera de olhos confiantes
E dizer-lhe sereno que não venceu a batalha
Talvez
Os crepúsculos anunciem o orvalho das manhãs
As fogueiras sejam realmente dragões
Contando histórias na lingua velha
Talvez
Haja amores que sejam eternos
E que todos os rios circulem nas veias
Flutuando alucinações e desejos contidos.
Talvez
Haja um tempo de sussurros cristalinos
Com libelinhas dourando sob o sol.
A vida não seja apenas estilhaços
E não seja tão duro crescer
Dançando sempre num baile de cicatrizes
Talvez
Haja um tempo de sorrir à morte
Fitar a fera de olhos confiantes
E dizer-lhe sereno que não venceu a batalha
Talvez
Os crepúsculos anunciem o orvalho das manhãs
As fogueiras sejam realmente dragões
Contando histórias na lingua velha
Talvez
Haja amores que sejam eternos
E que todos os rios circulem nas veias
Flutuando alucinações e desejos contidos.
Talvez
Haja um tempo de sussurros cristalinos
Com libelinhas dourando sob o sol.
sábado, novembro 26, 2011
DE ONDE EU VENHO
De onde eu venho
Não há talvez nem indecisões
Nenhum rio é de sim e não
E todos, todos nascem no mar
Terra é terra, fogo é fogo
E nenhuma água jamais o dissipará
De onde eu venho
Libelinhas azuis vagueiam no crepúsculo
E pirilampos acendem as noites
Enquanto girassóis se ausentam de danças
Em redor de cada fogueira ateada
Cada homem empenha sua palavra firme
Fundida no fogo dos seus ancestrais
De onde eu venho
Há memórias de bemquerer
Salpicando as espumas do grande mar
As mulheres podem vestir cetins negros
Porque nenhuma dança será recusada
E nenhum amor, nunca vacilará
De onde eu venho
Serpenteiam brilhantes as veias da terra
Num rumor liquido e sagrado
Amparando amores prometidos e cumpridos
Enquanto majestoso bagres deslizam serenos
Nos rios de todas as memórias
De onde eu venho
Cada homem é a sua palavra.
GED
Não há talvez nem indecisões
Nenhum rio é de sim e não
E todos, todos nascem no mar
Terra é terra, fogo é fogo
E nenhuma água jamais o dissipará
De onde eu venho
Libelinhas azuis vagueiam no crepúsculo
E pirilampos acendem as noites
Enquanto girassóis se ausentam de danças
Em redor de cada fogueira ateada
Cada homem empenha sua palavra firme
Fundida no fogo dos seus ancestrais
De onde eu venho
Há memórias de bemquerer
Salpicando as espumas do grande mar
As mulheres podem vestir cetins negros
Porque nenhuma dança será recusada
E nenhum amor, nunca vacilará
De onde eu venho
Serpenteiam brilhantes as veias da terra
Num rumor liquido e sagrado
Amparando amores prometidos e cumpridos
Enquanto majestoso bagres deslizam serenos
Nos rios de todas as memórias
De onde eu venho
Cada homem é a sua palavra.
GED
sexta-feira, novembro 25, 2011
ÁFRICA
Hoje inexplicávelmente, acordei e passei o dia com o cheiro de África entranhado em mim, como um perfume.
Por isso andei feliz o dia inteiro, embora a saudade me batesse constantemente, mais que o habitual.
Este amor é permanente, sem quebras, e ao contrário de tantos outros é para a vida inteira.
Está na hora de regressar e sentir de novo na pele, o calor abrasador daquele sol amigo. De passear sem destino naquelas anharas sem fim.
Cumprimentar gibóias e girafas e zebras. Alucinar com a dança dos girassóis.
É, está na hora de regressar a este amor firme que me consome diáriamente.
quinta-feira, novembro 24, 2011
PLAYING FOR CHANGE
Para quem não conhece, aconselho vivamente a visita a www.playingforchange.com.
Visitem, ouçam, vasculhem o site com todo o cuidado, que não se vão arrepender.
Uma cadeia de televisão norte americana, propôs-se encontrar cantores e músicos de rua, fora de todos os circuitos comerciais e pô-los a tocar em simultâneo, cada um em seu país. O movimento cresceu e hoje é magnífico.
Aproveitem.
Visitem, ouçam, vasculhem o site com todo o cuidado, que não se vão arrepender.
Uma cadeia de televisão norte americana, propôs-se encontrar cantores e músicos de rua, fora de todos os circuitos comerciais e pô-los a tocar em simultâneo, cada um em seu país. O movimento cresceu e hoje é magnífico.
Aproveitem.
sábado, novembro 19, 2011
VIDA
Hoje sinto-me profundamente feliz. Salvei uma vida.
À minha frente, morreu súbitamente uma pessoa. Consegui mantê-lo vivo, durante dez minutos até chegar a Emergência Médica.
Hoje, sinto-me feliz. Finalmente mereci o meu pedaço de pão.
À minha frente, morreu súbitamente uma pessoa. Consegui mantê-lo vivo, durante dez minutos até chegar a Emergência Médica.
Hoje, sinto-me feliz. Finalmente mereci o meu pedaço de pão.
quinta-feira, novembro 17, 2011
terça-feira, novembro 15, 2011
I'M GOING TO...
Perdoem-me aqueles raros amigos que aqui vêm.
Vou dar-me a mim próprio um período de repouso e de reflexão.
Estou cansado, verdadeiramente cansado de escrever.
Sem chama e sem vontade de voar.
Apenas um tempo.
Depois, talvez regresse de novo.
Abraços
Vou dar-me a mim próprio um período de repouso e de reflexão.
Estou cansado, verdadeiramente cansado de escrever.
Sem chama e sem vontade de voar.
Apenas um tempo.
Depois, talvez regresse de novo.
Abraços
RETEP NAP
No outro dia alguém me perguntou, se era possível viver sem chama, sem fantasia, sem voar!
É possível viver sem as duas pernas, sem os dois braços, sem as duas pernas e os dois braços, sem olhos, sem uma série de coisas. É quase possível viver sem quase tudo.
Viver sem chama é apenas mais uma forma de mutilação. É possível, mas isso é vida?
Há quantidades enormes de intelectuais dizendo barbaridades do género: as recordações, todas elas ajudam a povoar a solidão. Eu que não sou intelectual, acho que as recordações apenas ajudam a intensificar a solidão.
domingo, novembro 13, 2011
QUEM NÃO SE LEMBRA?
PAI
Anoitece
E o céu encobriu-se de mil estrelas
Lá muito longe, entre Rigel e Altair
Encontro aquela que sempre procuro
Nova, com a luz de milhões de velas
Acendeu-se, quando decidiste partir
E brilha intensamente no céu escuro
Anoitece
E quando olho fixamente essa estrela
Sinto que ficou tanto, tanto por dizer
Que nem sei bem por onde começar
Sei que tenho de preencher esta tela
Com cores que te possam dar prazer
Que possam mostrar-te o sol e o luar
Anoitece
Penso em tudo aquilo que me deste
Pitágoras e o milagre da hipotenusa
Arquimedes mergulhando no banho
Sandokan, Cyrano, o principe Oreste
Neruda, Leonardo e a sua bela musa
Chopin, Galileu, África sem tamanho.
Anoitece
Sei que a natureza tem horror ao vazio
Sei que a gravidade nos impede de voar
E que varia na razão inversa da distância
Sei que temos sempre a vida por um fio
Sei que deste tudo o que tinhas para dar
Sei tudo isto que aprendi desde a infância
Anoitece
Deste-me tudo sem pedir nada em troca
Apenas pelo puro prazer de me ver crescer
Ensinaste-me que o sonho comanda a vida
Ensinaste-me a ver que não há fio sem roca
Ainda assim, sinto que ficou tanto por dizer
Tanto, que sinto permanentemente esta ferida
Anoitece
Aproveito para te dizer o que me vai na alma
Que deveria ter dito antes e já não pode ser
A verdade é que só há pouco tempo percebi
Como a luz do teu mundo era doce e calma
E só agora ganhei coragem para te dizer
Que gosto muito, muito, muito de ti.
MOMENTOS
Há momentos em que as palavras queimam
E escrever é uma montanha intransponível
Custa usá-las, porque fogem e magoam
Dançam as próprias danças, não as nossas
E o amor, já não é mais coisa de bemquerer
Há momentos em que as palavras doem
Silenciando todos os gestos ensaiados
Afectos ardem nas fogueiras lentas da noite
E os lobos e girassóis permanecem quietos
Ainda que a lua cheia se arraste nos céus
Há momentos em que as palavras ferem
E as gotas da chuva são apenas punhais
Ferindo incessantemente a alma já dilacerada
Impossível sonhar com dias de cor azul
E nenhuma noite se crava mais nas madrugadas.
Há momentos em que as palavras enlouquecem
E passeiam desordenadas nas nossas veias
Rios em turbilhão correndo ao contrário
Foz e nascente misturadas num caos alucinado
Nenhum abraço terno para inventar um chão
Os ventos imóveis já não vestem poeiras
E o sol deixa de caber no concavo das mãos
Há momentos em que o poema não é mais possível
E escrever é uma montanha intransponível
Custa usá-las, porque fogem e magoam
Dançam as próprias danças, não as nossas
E o amor, já não é mais coisa de bemquerer
Há momentos em que as palavras doem
Silenciando todos os gestos ensaiados
Afectos ardem nas fogueiras lentas da noite
E os lobos e girassóis permanecem quietos
Ainda que a lua cheia se arraste nos céus
Há momentos em que as palavras ferem
E as gotas da chuva são apenas punhais
Ferindo incessantemente a alma já dilacerada
Impossível sonhar com dias de cor azul
E nenhuma noite se crava mais nas madrugadas.
Há momentos em que as palavras enlouquecem
E passeiam desordenadas nas nossas veias
Rios em turbilhão correndo ao contrário
Foz e nascente misturadas num caos alucinado
Nenhum abraço terno para inventar um chão
Os ventos imóveis já não vestem poeiras
E o sol deixa de caber no concavo das mãos
Há momentos em que o poema não é mais possível
sábado, novembro 12, 2011
CHAMAS
Pintado, com as lembranças das imensas queimadas da minha terra. Quando as chanas se incendiavam por dezenas de quilómetros e eu pensava que tudo estava perdido naquela terra calcinada. Depois, pouco tempo depois a floresta explodia em todos os tons de verde e a selva regressava com todos os seus habitantes
sexta-feira, novembro 11, 2011
ROSA DE ATACAMA
Ser pai, é profissão a tempo inteiro, 24 horas por dia, durante toda a vida. E não é remunerada.
Uma tarefa ciclópica quando se pensa nisso. Tratar da saúde dos filhos, e fundamentalmente ensinar-lhes tudo, literalmente tudo, esperando que oiçam, aprendam e gostem.
Todos os momentos são bons para isso. Se está a comer uma maçã, porque não falar da gravidade e de Newton. Se não que tomar banho, dizer-lhes que o banho foi óptimo para Arquimedes. Se acharem que a luz é rápida, dizer-lhe que Einstein também achava isso e que a célebre fórmula das t-shirts, não é nada ligado ao esoterismo.
Se estivermos a ouvir música, ensinar-lhes a gostar de Chopin, ou de Sérgio Godinho, ou de Chico Buarque.
Ensinar-lhes que a leitura compulsiva do pai, é uma forma de atingir o mundo e o conhecimento.
Tudo isto, misturado com grandes doses de ternura e dizendo pelo meio que a melhor coisa do mundo é ser solidário. E na oportunidade falar-lhes do Che.
E ainda assim fica tanto por ensinar. A esperança é que as armas que lhes fornecemos, os ajudem a descobrir novos caminhos, que possam por sua vez transmitir aos filhos.
É, ser pai é uma tarefa ciclópica, mas é bom vê-los crescer sadios e de cabeça limpa.
Uma tarefa ciclópica quando se pensa nisso. Tratar da saúde dos filhos, e fundamentalmente ensinar-lhes tudo, literalmente tudo, esperando que oiçam, aprendam e gostem.
Todos os momentos são bons para isso. Se está a comer uma maçã, porque não falar da gravidade e de Newton. Se não que tomar banho, dizer-lhes que o banho foi óptimo para Arquimedes. Se acharem que a luz é rápida, dizer-lhe que Einstein também achava isso e que a célebre fórmula das t-shirts, não é nada ligado ao esoterismo.
Se estivermos a ouvir música, ensinar-lhes a gostar de Chopin, ou de Sérgio Godinho, ou de Chico Buarque.
Ensinar-lhes que a leitura compulsiva do pai, é uma forma de atingir o mundo e o conhecimento.
Tudo isto, misturado com grandes doses de ternura e dizendo pelo meio que a melhor coisa do mundo é ser solidário. E na oportunidade falar-lhes do Che.
E ainda assim fica tanto por ensinar. A esperança é que as armas que lhes fornecemos, os ajudem a descobrir novos caminhos, que possam por sua vez transmitir aos filhos.
É, ser pai é uma tarefa ciclópica, mas é bom vê-los crescer sadios e de cabeça limpa.
11.11.11
Às 11 horas de hoje alguém me disse que parasse porque era um momento único na vida, irrepetível.
Parei, claro.
Mas na verdade não são todos os momentos, momentos únicos e irrepetíveis?
Pelas melhores e piores razões, mas são.
GED
Parei, claro.
Mas na verdade não são todos os momentos, momentos únicos e irrepetíveis?
Pelas melhores e piores razões, mas são.
GED
sábado, novembro 05, 2011
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