Abril,
águas mil.
25 de Abril,
cravos mil vezes mil.
Se então alguém me falasse
em malmequeres
só de bem-querer,
não seria utopia.
Eu teria acreditado;
subscreveria,
com alegria,
em euforia.
Dia memorável.
Vivi-o em Coimbra,
pela rádio,
pela televisão.
Emoção.
Exaltação!
Mas...
anos volvidos
manto de desilusão:
cravos emurchecidos,
esmagados;
sonhos postergados,
espezinhados,
por uns malvados,
sem contemplação.
Que desilusão!
Não mais amanhãs que cantam;
antes desencantam.
Hipocrisia.
Iniquidades.
Mal-feitorias.
Aleivosia.
Podridão.
Dizem que a esperança
é a última a morrer.
Será?
Oxalá!
Maria de Lurdes
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