Tenho um amigo, desde os tempos da Universidade. Na altura eramos de esquerda, não filiados, pois achavamos que as teses comunistas do princípio do século, fabricadas para a sociedade de então, em princípio de industrialização, precisavam de ser revistas e adaptadas. Essa posição custou-nos dissabores vários e o apelido de fascistas de esquerda.
Tantos anos depois, continuamos de esquerda e não filiados, o que continua a causar-nos dissabores. Agora já não nos chamam fascistas, mas acham que somos perigosos esquerdistas. Na verdade, achamos que ser de esquerda é um acto natural e, não fizemos como tantos que todos conhecemos, que chamaram a isso um devaneio da mocidade e mudaram os azimutes para a direita de todos os matizes.
Vem isto a propósito do titulo deste "post". É que esse amigo dizia-me: sabes? eu acho que este país não é um país. É uma paísa. Hoje, quando estou com ele digo-lhe sempre: este país ainda é uma paísa!
Como qualquer português, tenho direito a ter uma opinião sobre o que se passa. No entanto, aqui apenas colocarei aquilo que achar mais ridículo, mais vergonhoso e sem explicação possível numa sociedade saudável.
10.09.06
A propósito da modificação das carreiras médicas agora em curso e para entrar em vigor em Janeiro de 2007, pode ler-se o seguinte: "Pelo trabalho prestado em regime de prevenção não acresce qualquer remuneração, ainda que ocorra a presença física do médico durante parte ou a totalidade do tempo a que se refere aquele regime". Não comento.
11.09.06
Há dias fomos surpreendidos, pela notícia aparentemente nova de que se tinha conseguido um pacto de regime, na área da justiça. Pompa e circunstância. Aparentemente tudo estava bem e os portugueses felizes. Não era para menos. Pelo menos uma vez, os políticos demonstravam bom senso e preocupação com o cidadão eleitor. Depressa se percebeu que havia gente que poderia ter assinado o pacto, alargando assim o consenso, mas que não assinou, pois aparentemente não foram sequer ouvidos. Não comento.
Tantos anos depois, continuamos de esquerda e não filiados, o que continua a causar-nos dissabores. Agora já não nos chamam fascistas, mas acham que somos perigosos esquerdistas. Na verdade, achamos que ser de esquerda é um acto natural e, não fizemos como tantos que todos conhecemos, que chamaram a isso um devaneio da mocidade e mudaram os azimutes para a direita de todos os matizes.
Vem isto a propósito do titulo deste "post". É que esse amigo dizia-me: sabes? eu acho que este país não é um país. É uma paísa. Hoje, quando estou com ele digo-lhe sempre: este país ainda é uma paísa!
Como qualquer português, tenho direito a ter uma opinião sobre o que se passa. No entanto, aqui apenas colocarei aquilo que achar mais ridículo, mais vergonhoso e sem explicação possível numa sociedade saudável.
10.09.06
A propósito da modificação das carreiras médicas agora em curso e para entrar em vigor em Janeiro de 2007, pode ler-se o seguinte: "Pelo trabalho prestado em regime de prevenção não acresce qualquer remuneração, ainda que ocorra a presença física do médico durante parte ou a totalidade do tempo a que se refere aquele regime". Não comento.
11.09.06
Há dias fomos surpreendidos, pela notícia aparentemente nova de que se tinha conseguido um pacto de regime, na área da justiça. Pompa e circunstância. Aparentemente tudo estava bem e os portugueses felizes. Não era para menos. Pelo menos uma vez, os políticos demonstravam bom senso e preocupação com o cidadão eleitor. Depressa se percebeu que havia gente que poderia ter assinado o pacto, alargando assim o consenso, mas que não assinou, pois aparentemente não foram sequer ouvidos. Não comento.
26.09.06
"Não contem aos nossos filhos"
Há dias, fui surpreendido enquanto almoçava e aguardava o telejornal. Dava na altura um daqueles programas de grande nível cultural, que costuma infelizmente acompanhar as manhãs dos reformados. É assim neste país. Ainda há quem ache que os nossos velhos são atrasados mentais. Nesse programa a vedeta era uma senhora que confessava aos locutores babados, que se tinha prostituido em determinado período da sua vida, com o consentimento do marido, para melhorar o nível de vida familiar. Tudo muito bem explicado e com uma roupagem intelectual a vestir esta façanha. Entretanto tinha escrito um livro "não contem aos nossos filhos", que de todo não vos aconselho a ler. Se a coisa é tão desdramatizada e feita num contexto tão honesto, então porquê esconder esta verdade?
Pressupõe-se que com pais tão intelectualmente superiores, os filhos perceberiam na integra, que não havia qualquer problema no facto.
Enfim!
Já agora, mulheres do meu país, deixem-me dizer-vos que a esmagadora maioria de vós, continua a ter a nossa mais profunda admiração.
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