Não tenho nada a dizer sobre as posições que os países tomam. Na verdade, se é o meu país tenho sempre algo a dizer, mas no caso presente abstenho-me.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros português, tem vindo "corajosamente" a dizer que não estão preocupados em satisfazer a Rússia. Como diz o tio Celito, somos todos ucranianos, ou quase todos.
E vai daí, oferece seis helicopteros Kamov para combate a incêndios à Ucrania. A primeira pergunta que ainda não vi feita, é para saber porque é que estavam todos avariados (um desde 2012, outro desde 2015 e os restantes desde 2018), e agora vem-se justificar isso com a falta de peças devido à guerra da Ucrania: "aquilo que estava previsto era a recuperação dos Kamov, mas com a eclosão da guerra e com as sanções deixou de ser possível, porque boa parte vem da Rússia".
Isto é aldrabice em cima de aldrabice, porque esse aspirante a MNE sabe perfeitamente que há peças na Europa para esses aparelhos, é só procurar. E teve no mínimo quatro anos para comprar peças à Rússia.
Mas a nossa astuta Ministra da Defesa, não fica melhor na fotografia: vamos disponibilizar à Ucrania a nossa frota de helicopteros Kamov, que em virtude do cenário actual, das sanções impostas à Rússia, deixamos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer podemos repará-los.
Fantástico digo eu. Não me sinto aldrabado nem gozado, apenas porque não é gente imbecil, que o vai conseguir fazer. Mas, já estou a ver que tudo o mais que foi comprado à Rússia nos últimos cinco anos, seja trigo, bens essenciais, etc, vai tudo para a Ucrania.
O passo seguinte, vai ser daqui a algum tempo a compra de novos helicopteros porque os incêndios estão a chegar. E se calhar a um preço inflacionado como aconteceu com os aviões da TAP.
É verdadeiramente penoso e sem vislumbre de futuro, perceber as mediocridades que nos governam, como é verdadeiramente penoso perceber que as alternativas são também medíocres.